A outra vida de Macau

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Parece invisível este jovem fotógrafo de 27 anos com obra adulta e olhar curioso sobre Macau, cidade onde vive há 20 anos. “Nunca pensei que houvesse tanta vida e tantas coisas a acontecerem na minha cidade. Macau é pequeno, mas tem uma vida que só vejo através da lente, que me abriu os olhos, que me treinou o olhar”, descreve ao P2 Vong — Vong é o sobrenome, Felix é o nome que escolheu na escola para as aulas de Inglês (“Todos temos um nome inglês aqui... cultura interessante esta. É como um nickname”) e Januario é o nome próprio “escolhido pelo padre quando era um bebé”. E ainda tem um nome chinês, Vong Nga Nok. Ficou Felix Januario porque soava ocidental q.b., “para usar enquanto artista”. Formado em Design Gráfico e Publicidade, só há dois anos percebeu que não conseguia dormir à noite — porque se tinha habituado a estudar para além da meia-noite. “Durmo melhor se sair, se vaguear pela cidade a fotografar, de forma aleatória. Foi assim que peguei numa câmara e que comecei a fotografar desde o primeiro dia de 2015.” Refere Jeff Wall, F. Scott Hess e Jonathan Van Smit como inspirações, entre a fotografia e a pintura. E acrescenta a esta lista o Instagram. @felixjanuario já expôs em Helsínquia e recentemente foi convidado para integrar o Influxus, da associação cultural Babel, para fotografar Porto e Lisboa. Cá, como lá, gosta de captar pessoas em locais públicos. “As pessoas podem ser muito descontraídas e verdadeiras na forma como vivem a sua vida. Esquecem-se de onde estão, como se ninguém os estivesse a observar”. Sentes-te invisível? “Às vezes. Mas só até me mostrarem o dedo do meio quando percebem que estou ali.”