Um galo de Barcelos gigante e tecnológico à beira do Tejo

De dia 6 de Novembro até ao final do mês o Pop Galo de Joana Vasconcelos vai estar na Ribeira das Naus.

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Fábio Augusto
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Um galo de Barcelos de 10 metros que pesa quase quatro toneladas, composto por 17.000 azulejos e 16.000 leds. É assim a nova obra de Joana Vasconcelos, Pop Galo, inaugurada no próximo domingo e que estará na Ribeira das Naus, em Lisboa até ao fim de Novembro, no contexto do Web Summit Lisboa. “Tentei pegar num ícone tradicional e reposicioná-lo, dando-lhe uma nova perspectiva para o futuro”, disse Joana Vasconcelos ao PÚBLICO no final das montagens de Pop Galo.

Joana Vasconcelos já queria abordar o galo de Barcelos por ser um ícone da cultura portuguesa. “Será que a tradição ainda está presente? Será que as pessoas ainda sabem o que é o galo de Barcelos ou é apenas um objecto da cultura turística?”, questionou-se ao começar o projecto. Ao pesquisar sobre a sua história e simbologia, pensou que “ainda faz sentido existir hoje”. Decidiu revisitá-lo, cruzando elementos tradicionais e tecnológicos.

Pop Galo tem esse nome pela relação com a pop art, pelas cores evidenciadas pelas luzes led e pela relação com a tecnologia. “É o revisitar da cultura pop. A mistura de materiais inusitados que conjugados dão uma espécie de nova versão do nosso ambiente. Aqui, o que misturo são leds com azulejo, e são os leds que dão um lado tecnológico a este galo. E é a tecnologia que permite uma maior interacção com o público”.

A tecnologia é um dos aspectos fulcrais da obra, que terá ainda música, com composições de Jonas Runa. “É um galo tradicional durante o dia, com azulejos e que canta, e à noite é um galo do futuro, com luz e música”, afirma a artista, cuja nova obra terá também um site interactivo.

Quem se aproxima do Pop Galo com um telemóvel acede a toda a informação no site através de um código QR. Ao longo do tempo, vão sendo acrescentadas ao site as fotografias tiradas por quem vê a obra e informação sobre a simbologia do galo na cultura portuguesa e em todo o mundo. Para Joana Vasconcelos, é uma obra dinâmica, pela informação que vai ser acrescentada e pelas viagens que fará pelo mundo pois é desmontável, divisível em oito partes, o que lhe confere mobilidade. “É uma obra que se vai construindo ao longo das viagens que faz e das pessoas que vão passando por ela”.

Joana Vasconcelos não consegue dizer qual o custo, porque “ainda não se conseguiu contabilizar tudo”, mas afirma ter sido elevado e destaca o apoio de patrocinadores e apoiantes, como o Azeite Gallo, sem os quais “não teria sido possível”. Um dos maiores custos está no transporte da peça.

Pop Galo deveria ter sido inaugurado em 2014, no Brasil, nas celebrações dos 450 anos da fundação da cidade do Rio de Janeiro, para as quais tinha sido idealizado, mas a situação política do outro lado do Atlântico acabou por impedir que tal acontecesse. A obra irá em Janeiro à China, a Pequim, para comemorar o Ano Chinês do Galo, e Joana Vasconcelos espera que a peça viaje por mais lugares em todo o mundo. “O desígnio do Pop Galo é fazer um paralelismo entre a simbologia do galo na cultura portuguesa e noutras culturas”, afirma Joana Vasconcelos. “É um galo transversal, multicultural”, completa.

Texto editado por Ana Fernandes

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