“O meu filho sozinho para aquele sítio é impossível ter ido”

Mãe de criança de Ourém que esteve desaparecida 25 horas acha que Martim foi mesmo levado por alguém

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O momento em que foi encontrada foi registado pela equipa de buscas da GNR. DR

A mãe da criança que esteve desaparecida durante 25 horas numa aldeia do concelho de Ourém acha impossível a tese de desaparecimento acidental avançada pela Polícia Judiciária.

Numa entrevista que a SIC exibirá este domingo à noite, Sandrina Silva aponta o facto de o menino de dois anos não estar em pânico quando foi encontrado pela GNR, nem tão pouco sujo, ou com sinais de hipotermia, para chegar a uma conclusão peremptória: “O meu filho sozinho para aquele sítio é impossível ter ido”. Martim estava numa mata da freguesia de Urqueira, a cerca de dois quilómetros da casa dos avós.

“É impossível uma criança ter ali pernoitado sem vir sujo, traumatizado”, insiste a progenitora. “É impossível ter ali chegado pelo pé dele. Até para mim foi complicado fazer aquele percurso. Se já o tivesse feito antes… Agora o Martim nunca tinha ido para ali. Sempre pressenti que o meu filho foi levado”, observa, avançando ao mesmo tempo com uma hipótese para o seu reaparecimento: a dimensão que o caso ganhou obrigou os autores do rapto a colocarem Martim “num sítio onde pudesse ser encontrado”.

O rapaz desapareceu sem deixar rasto do quintal dos avós maternos por volta das 9h de segunda-feira passada e só foi encontrado cerca das 10h de terça-feira por uma equipa da GNR. Estava sozinho, molhado e a chorar, mas encontrava-se bem de saúde. Teria a fralda encharcada e estaria com fome, mas segundo a família conservava consigo a chucha e um boneco de peluche.

Praticamente desde o início que a Polícia Judiciária descartou a hipótese de rapto ou de outro tipo de crime neste caso. O coordenador do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Leiria, António Sintra, explicou que o menor possui uma capacidade de deslocação acima da média para a idade. Daí ter sido alargado o perímetro de buscas para além da área circundante da residência dos avós. "Por ser uma criança do meio rural, está habituada a um tipo de deslocação diferente da de uma criança de meio urbano", disse também. “Não era a primeira vez que ia ter sozinho a casa de vizinhos”, referiu outra fonte da mesma corporação. 

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