Twitter, Github, Airbnb... Grande ataque informático paralisa gigantes da Internet

Incidente acontece numa altura em que a Casa Branca pondera responder a acções de espionagem informática atribuídas a Moscovo.

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O ataque acontece num momento de elevada tensão política entre os EUA e a Rússia. Na imagem, a sala de controlo de uma agência norte-americana de cibersegurança. Reuters

Vários sites e serviços online como o Netflix, a Amazon, o PayPal ou o Spotify estiveram na manhã desta sexta-feira inacessíveis para utilizadores do Nordeste dos Estados Unidos, no que a CNN e a CNBC descrevem como o resultado de um ataque informático de larga escala contra a Dyn, uma empresa de gestão de domínios. Neste momento, o Twitter, o site de notícias Vox e os serviços online do britânico The Guardian e do Financial Times estão completamente inacessíveis.

Github, Reddit e Airbnb foram outras das centenas de vítimas do que terá sido um ataque distribuído de negação de serviço (DDoS, na sigla inglesa). Explicado em linguagem corrente, este tipo de ataque consiste no acto de inundar um serviço com tanta informação que acaba por bloquear o site destinatário. Os efeitos foram sentidos entre as 7h e as 9h de Nova Iorque (12h e 14h de Lisboa). 

Depois de resolvido o primeiro ataque a Dyn alertava para a ocorrência de um segundo ataque. A última actualização da empresa dá conta de que a questão da monitorização está resolvida. "Os nossos engenheiros estão a investigar e a resolver os ataques à nossa infra-estrutura", foi dito.

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Zonas do mundo afectadas pelo ataque informático downdetector.com

A Reuters noticiou ainda que a Casa Branca estava a monitorizar a situação e que o Departamento de Segurança Interna norte-americano está já a "investigar todas as potenciais causas" destes ataques, informou o porta-voz Todd Breasseale.

Ainda não se conhece a autoria desta acção. No entanto, o incidente desta sexta-feira ocorre num contexto de elevada tensão política entre os Estados Unidos e a Rússia. Na semana passada, a cadeia de televisão NBC noticiou que a Casa Branca solicitou à CIA planos para um ataque informático de grandes dimensões contra a Rússia. Dias antes, em entrevista ao programa televisivo Meet the Press, o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, disse que Washington iria “enviar uma mensagem” a Moscovo, sugerindo uma acção de guerra cibernética.

“Será num momento escolhido por nós, e em circunstâncias que terão o maior impacto”, disse o número dois da Administração Obama.

A 7 de Outubro, a pouco mais de um mês das eleições presidenciais, Washington acusou formalmente a Federação Russa da autoria de crimes informáticos que teriam como propósito influenciar o processo democrático norte-americano. Em causa está o acesso ilícito a comunicações e documentos de organizações como o Partido Democrata, cujo conteúdo tem sido divulgado por sites como o WikiLeaks e o DCLeaks. Estas fugas de informação têm atingido sobretudo a candidatura de Hillary Clinton.

Em várias ocasiões, o principal adversário da democrata, o candidato republicado Donald Trump, recusou admitir o papel da Rússia nos sucessivos ataques informáticos, negando, contudo, que exista algum grau de colaboração entre o regime de Vladimir Putin e a campanha do milionário nova-iorquino.

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