Portugal termina missão militar no Kosovo ao fim de 18 anos

Actualmente estão 189 militares portugueses na Kosovo Force. Ministro da Defesa admite participação noutras missões da Nato em 2017.

Foto
Soldados portugueses no Kosovo em 2007, durante visita de Nuno Severiano Teixeira Hazir Reka/Reuters

Os militares portugueses abandonam o teatro de operações do Kosovo em 2017, após 18 anos na missão da NATO no território, uma decisão justificada pelo Governo com a melhoria das condições de segurança e estabilidade naquele país.

Questionado pela Lusa, o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, justificou este sábado a decisão afirmando que as "condições estratégicas e operacionais que ditaram o envio da força portuguesa se alteraram, nomeadamente as condições de segurança e estabilidade no território, hoje francamente mais favoráveis ao normal desenvolvimento do Kosovo".

O Conselho Superior de Defesa Nacional deu na quinta-feira parecer favorável a uma proposta do Governo para a retracção da força nacional destacada no Kosovo, que começa no segundo trimestre de 2017 e estará completa até Junho. Na resposta enviada à Lusa, Azeredo Lopes defendeu que "a continuação da presença de militares portugueses na missão não se afigura, neste momento, essencial para a defesa dos interesses nacionais na região".

Actualmente estão 189 militares na KFOR (Kosovo Force), que serão rendidos durante este mês. O primeiro grupo do último batalhão em missão no Kosovo parte a 17 de Outubro e será constituído por 48 efectivos do Exército, num total de 186, da Brigada de Reacção Rápida (2º Batalhão de Infantaria Paraquedista), para integrar o Batalhão de Reserva Tática da KFOR.

"O desempenho das missões atribuídas aos militares portugueses foi considerado excepcional, correspondendo aos elevados padrões da NATO, tendo contribuído decisivamente para a estabilidade social e política do território do Kosovo", destacou Azeredo Lopes.

O governante frisou ainda que "é certo" que o Governo pretende manter "idêntico empenhamento português no âmbito da Aliança Atlântica" em 2017, embora sem adiantar quais os teatros de operações em perspectiva.

A possibilidade de Portugal participar numa missão da NATO no Iraque já tinha sido admitida pelo ministro em Junho passado.
O Kosovo declarou-se unilateralmente independente da Sérvia em fevereiro de 2008, com Portugal a reconhecer o novo país em Outubro do mesmo ano.

Portugal participa na força de manutenção de paz da NATO para o Kosovo desde Julho de 1999, com contingentes de diferentes dimensões e especialidades em regime de rotação semestral.

Integrou a KFOR com uma unidade de escalão batalhão composto por 300 militares, um destacamento de operações especiais e um destacamento de controlo aéreo-táctico, ocupando um sector na região de Klina, a Oeste do território.

Actualmente, estão 189 militares portugueses em missão no Kosovo, mas o contingente já chegou a exceder os 300, como aconteceu de 1999 a 2001, ano em que a maior parte dos militares regressou a Portugal.

Entre 2003 e 2004 Portugal manteve apenas uma equipa reduzida no aeroporto da capital kosovar, Pristina, mas em 2005 voltou a enviar cerca de 300 militares para o território, regressando ao formato de rotação semestral de tropas.

A KFOR é actualmente composta por cerca de 5000 militares de várias nacionalidades.

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários