Nigel Farage começou por dizer aos jornalistas que não aceitaria ser de novo líder do Partido da Independência do Reino Unido (UKIP, anti-imigração). “Nem por dez milhões de dólares”. Mas mais tarde anunciou que afinal é o líder interino do partido – mas apenas até uma nova eleição. “Estou sempre a tentar escapar… e antes de me libertar completamente, arrastam-me de volta”, disse à BBC.

Farage regressa ao cargo na sequência da demissão inesperada de Diane James, após apenas 18 dias como líder do partido. James disse que não conseguiu impor a autoridade necessária para reformar o UKIP e que iria afastar-se - não esteve tempo suficiente no lugar para que a sua nomeação fosse formalizada. A eurodeputada acrescentou que se concentraria agora no trabalho no Parlamento Europeu.

Como Diane James não tinha um “número dois”, responsáveis do UKIP não conseguiam apontar imediatamente um sucessor. Entrevistado pela BBC, Farage afirmou que como James não chegou a assumir formalmente o cargo, este ainda era seu. Acrescentou que é preciso agora realizar novas eleições.

Falando sobre o afastamento de James, Farage elogiou-a, mencionando possíveis questões pessoais. Disse ainda que a eurodeputada só agora se teria apercebido do que significa realmente ser líder. “Quando se aceita um cargo como este, a nossa vida acaba”, declarou.

O UKIP foi fundado em 1996 e desde 2006 foi liderado por Farage (com uma breve interrupção em 2009/2010), o que coincidiu com uma altura de crescimento e aumento da popularidade. Farage demitiu-se após a vitória do “sim” no referendo que determinou a saída do Reino Unido da União Europeia dizendo que estava cumprida a sua missão, causando alguma descrença por já ter anunciado algumas vezes no passado que se afastaria sem o chegar a fazer.