Os Monty Python vão “unir-se em torno” de Terry Jones

Michael Palin garante que o actor e realizador de 74 anos, que sofre de demência, vai ter o apoio dos ex-companheiros.

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Os Monty Python há dois anos, num evento em Londres AFP/JUSTIN TALLIS

Horas depois de Terry Jones ter sido ovacionado na entrega dos prémios Bafta Cymru, a edição galesa dos Bafta, Michael Palin, amigo de uma vida e companheiro nos Monty Python, garantiu que o actor e realizador não vai enfrentar a demência sozinho. 

Os Python “vão unir-se em torno” de Jones, garantiu Palin, em declarações publicadas no jornal britânico The Guardian, depois de ter entregue pessoalmente o prémio ao amigo, na cerimónia realizada em Cardiff, no domingo. 

Há cerca de um mês, Jones, de 74 anos, anunciou que lhe foi diagnosticada uma afasia primária progressiva, uma forma de demência. Uma das primeiras manifestações da doença é a forma como afecta as capacidades de comunicação dos indivíduos e foi isso que levou o seu porta-voz a anunciar, no final do mês passado, que o actor deixou de dar entrevistas.

Não foi esta limitação, contudo, que impediu o actor de estar presente na cerimónia dos Bafta Cymru, onde recebeu o prémio das mãos de Palin. Com uma obra de mais de 50 anos que inclui, além do trabalho no cinema e na televisão, uma longa carreira como autor de livros infantis, Terry Jones foi longamente aplaudido de pé por uma sala cheia, antes de conseguir dizer um emocionado “sentem-se lá” e passar o discurso de agradecimento ao filho, Bill.

Depois da cerimónia, em declarações publicadas na imprensa britânica, Michael Palin assegurou que os Python não vão deixar de acompanhar o amigo neste processo díficil. “Ontem vi o John [Cleese] e não há muito mais que possamos fazer do que estar ali e comentar ‘ó meu Deus, o que é que aconteceu ao nosso amigo?’, mas os Python vão unir-se em torno dele”, afirmou o actor e comediante. Além de Palin e Cleese, os Monty Python incluem Terry Gilliam e Eric Idle – Graham Chapman morreu de cancro, em 1989.

Palin, que conhece Jones desde os anos 60, quando ambos estudavam em Oxford, frisou que os Monty Python não são propriamente “um bando de sentimentais”. Mas a verdade é que partilham “um laço” que mais ninguém partilha: “Meu Deus, somos os únicos que alguma vez fomos Python; mais ninguém pode alguma vez experimentar isso”, disse o actor e apresentador de televisão.

Terry Jones dirigiu duas das três longa-metragens dos Monty Python: A Vida de Brian e O Sentido da Vida (The Meaning of Life). Com Terry Gilliam, co-realizou também Monty Python e o Cálice Sagrado.

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