Favoritismo ucraniano no reencontro entre Sp. Braga e Paulo Fonseca

Bracaranses perderam os quatro jogos realizados com o Shakhtar Donetsk mas José Peseiro, ambicioso, lembrou que no futebol tudo pode acontecer.

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José Peseiro admitiu que o Shakhtar é favorito Reuters/GLEB GARANICH

Depois do empate em casa frente ao Gent, o Sp Braga tenta, esta quinta-feira, na Ucrânia, algo que nunca conseguiu: vencer o Shakhtar Donetsk. O próprio empate na Ucrânia, na segunda jornada do grupo H da Liga Europa, não seria um mau resultado, mas os bracarenses também nunca o conseguiram fazer contra os ucranianos. O histórico de confrontos é curto mas elucidativo: quatro jogos e quatro vitórias para o Shakhtar.

As duas equipas encontraram-se na fase de grupos da Liga dos Campeões 2010/11. Os ucranianos venceram em Braga por 3-0 e em Donetsk por 2-0 e viriam a passar em primeiro lugar do grupo, à frente do Arsenal, enquanto os bracarenses caíram para a Liga Europa. As duas formações voltaram a encontrar-se na época passada, nos quartos-de-final da segunda competição da UEFA. Na primeira mão, em Braga, o Shakhtar deu logo um passo importante rumo às “meias”, vencendo por 2-1. A passagem foi confirmada na Ucrânia, com uma goleada de 4-0.

O treinador do Sp. Braga era Paulo Fonseca, que, cinco meses depois, é o técnico da equipa ucraniana. Fonseca tem feito um bom trabalho no Shakhtar, que lidera o campeonato com oito vitórias e um empate e mais cinco pontos que o Zorya. Mesmo assim, e apesar de reconhecer o favoritismo do adversário, José Peseiro teve um discurso ambicioso na antevisão da partida. “O Shakhtar é uma equipa de Champions, tem outros recursos, mas isso não nos impede de ser ambiciosos e estarmos motivados para fazer um grande jogo. No futebol tudo pode acontecer. Basta acreditarmos e querermos que realmente aconteça”, disse o técnico “arsenalista”, apontando os ingredientes para a equipa ser bem-sucedida em Lviv: “Coragem, inteligência, paciência, capacidade de sofrimento e prazer de jogar”.

Já Paulo Fonseca “não queria encontrar” o seu antigo clube mas…”Mas agora é o adversário e tenho de olhar para eles dessa forma. Quero tanto vencer o Sp. Braga como outra equipa qualquer. Espero, sinceramente, ser bem recebido mas é muito difícil descrever como me sinto, pois é algo com que nunca tive de lidar. Só espero estar feliz no final do jogo, com um triunfo do Shakhtar”, disse o técnico, que abordou, sem rodeios, as diferenças entre os dois clubes: “Têm diferentes objectivos e orçamentos. O Sp. Braga é o quarto clube em Portugal e há um abismo em termos de investimento comparando com os três ‘grandes’. O Shakhtar é um clube que joga para ganhar troféus. Essa é a principal diferença”.

No que respeita às opções de ambos os treinadores, Peseiro ainda não pode contar com André Pinto, lesionado no pé esquerdo desde a derrota no Estádio da Luz. Com Ricardo Ferreira e Emiliano Velázquez também lesionados, a dupla de centrais será formada, pelo segundo jogo consecutivo, pelo reforço Rosic e pelo jovem Artur Jorge, “resgatado” à equipa B. As boas notícias são os regressos de Marafona, Hassan, Djavan e Luís Aguiar. Já Paulo Fonseca tem à sua disposição a melhor equipa, podendo apostar no ponta-de-lança argentino Facundo Ferreyra, servido pelos internacionais brasileiros Taison e Bernard.

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