Chefe dos rebeldes do Sudão do Sul faz apelo a uma nova guerra

Rieck Machar considerou o acordo de paz inválido e lança movimento de "resistência popular armada" contra o Presidente Kiir.

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Riek Machar Reuters

O chefe da facção rebelde do Sudão do Sul, Riek Machar, pediu à população para abrir uma nova guerra contra o governo e considerou o acordo de paz conseguido através de uma medidação internacional, inválido.

O antigo vice-presidente, Machar encontra-se no exílio em Cartum (Sudão), para onde fugiu devido à eclosão da violência na capital sul-sudanesa, Juba, em Julho, quando se aproximava o quinto aniversário da independência do país, no dia 9 desse mês. No final de Julho, e devido à violência, 60 mil pessoas tinham fugido para o Uganda e Quénia.

Num comnunicado enviado este domingo à AFP,  Machar diz que vai "lançar uma resistência popular armada contra o regime autoritário e fascista do Presidente Salva Kiir de forma a levar ao país a paz, a liberdade, a democracia e o reinado da lei".

O antigo aliado de Machar, Taban Deng Gai, manteve-se no governo e há pressões para que o acordo de paz continue a ser respeitado para não se voltar à guerra, mesmo que isso signifique deixar Machar fora do processo político.

Ao final do dia não se sabia se as milícias que compõem as forças rebeldes se tinham colocado ao lado de Machar ou de Gai, diz a AFP. John Clement Kuc, porta-voz dos rebeldes em Juba e que se manteve do lado de Gai, criticou o apelo de Machar: "Este grupo não quer a paz no Sudão do Sul, eles só sabem resolver os problemas com a guerra".

A guerra civil que eclodiu em 2013 no país fez dezenas de milhares de mortos e os deslocados são 2,5 milhões. A crise humanitária no país e entre estes refugiados é um problema grave.

 

 

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