Springsteen diz que a república americana está ameaçada pelo “idiota” Donald Trump

Em entrevista à Rolling Stone, o músico classifica a candidatura de Trump como “uma tragédia” para a democracia do seu país. E que Hillary Clinton seria uma Presidente "muito, muito boa".

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Bruce Springsteen edita a sua muito aguardada autobiografia dia 27 de Setembro LLUIS GENE/AFP

Em 2008 o apoio a Obama foi inequívoco e fez-se ouvir bem alto, quer o Boss estivesse ou não ao lado do então futuro Presidente americano. Em 2012, o apoio manteve-se e foi selado com a presença de Springsteen no comício final do já Presidente norte-americano, um dia antes das eleições que lhe garantiram segundo mandato na Casa Branca. Na turbulenta corrida eleitoral de 2016, contudo, Bruce Springsteen tem-se mantido discreto. O que não significa que não tenha ideias muito definidas sobre os dois principais candidatos. Muito definidas. Para Springsteen, Donald Trump é uma “tragédia” para a democracia americana: “Basicamente, a república está sob cerco de um idiota.” Hillary Clinton, por outro lado, seria uma presidente “muito, muito boa”.

As declarações foram feitas à Rolling Stone, que antecipou na sua edição online uma entrevista a publicar na revista de Outubro. O tema principal será, naturalmente, a biografia Born to Run, com edição mundial marcada para 27 de Setembro, mas o destaque da antecipação foi para a visão de Springsteen sobre a situação política no seu país e, em particular, sobre o fenómeno Trump, que o cantor, numa entrevista recente a um talk show da televisão norueguesa, vê como resultado de uma “tremenda desigualdade na distribuição de riqueza", algo que se torna "terreno fértil para a demagogia”.

À Rolling Stone declarara que “as ideias que [Trump] está a trazer para o mainstream são todas muito perigosas – nacionalismo branco e o movimento alt-right [de extrema direita]”, acusando o candidato de oferecer “respostas simples a questões muito complexas, respostas falaciosas e problemas muito complicados. E isso pode ser muito apelativo”. Em reflexão, Springsteen sugere que “há um preço a pagar por não abordar o custo real da desindustrialização e da globalização que ocorreu nos Estados Unidos nos últimos 35/40 anos, e como isso afectou profundamente a vida das pessoas”, ao ponto de estas se virarem para alguém que afirma estar na pose da solução para os seus problemas.

Defendendo não ter “perdido a fé” no que define como “o pequeno impacto que alguém da música rock” poderá causar em questões políticas, diz que, caso seja abordado para qualquer tipo de acção nesse âmbito, dedicar-lhe-á a necessária reflexão. E Hillary Clinton? Curto e sucinto. “Gosto dela. Acho que seria uma Presidente muito, muito boa”.

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