A semana em crónicas: Açores e Mariana Mortágua vezes dois

Estas foram as três crónicas que mais deram que falar esta semana

Foto

A propósito do imposto da Mariana (o marxismo explicado às crianças)

O imposto sobre o património apresentado pela deputada Mariana Mortágua foi um dos temas quentes dos últimos dias — é natural que tenha inspirado duas das crónicas mais populares desta semana. O escritor Luís Coelho, surpreendido com tamanha polémica, decidiu escrever um texto sobre o marxismo, quiçá para ajudar a compreender as ideologias que estão em causa. Uma possível resposta à retórica com que inicia a prosa: "E fica o país atordoado, encolerizado, com a proposta de imposto da Mariana para os mais ricos. Mas sempre a esquerda criou impostos para os mais abastados, por isso de onde vem tamanha surpresa e exasperação?"

É a desigualdade, estúpido!

Do mesmo modo, o sociólogo João Teixeira Lopes começa por considerar seu texto que "as pressões, ataques e insultos sobre a preparação de um imposto sobre o património imobiliário ou sobre o fim do sigilo bancário para contas superiores a 50 mil euros são altamente reveladoras sobre os interesses em jogo na sociedade portuguesa". Não só porque mostram que políticos e jornalistas pensam mais com a "carteira do que com a cabeça", mas também porque revelam uma "aburda concepção da classe média". Persiste, diz, o principal problema: as desigualdades: "Podem-se cortar salários, pensões e aumentar brutalmente os impostos (IVA e IRS, nunca o IRC..), mas deixemos as fortunas no cofre."

Açores: as ilhas onde nunca seremos turistas

Já Sebastião Ferreira de Almeida apaixonou-se pelos Açores. Ou antes, pelas pessoas dos Açores. "Os Açores são donos de uma beleza que fere e nos deixa frequentemente numa overdose emocional, mas não é essa a razão pela qual os devemos visitar: devemos visitá-los para conhecer estes homens e mulheres que, como diz Sophia de Mello Breyner, 'têm aprumo de proa', iluminando a nossa passagem pelo arquipélago com amizade e humor." O bolseiro de doutoramento conclui, dizendo: "Nunca seremos turistas nestas ilhas a não ser de nós próprios e isso por si só constitui uma viagem única."

Sugerir correcção
Comentar