Partido de Putin vence legislativas na Rússia

Eleições marcadas pela fraca afluência. Partido Comunista foi o segundo mais votado, com 13,5% dos votos.

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Putin felicitou-se com o "bom resultado" do Rússia Unida Alexei Druzhinin/Sputnik

O partido Rússia Unida do Presidente Vladimir Putin venceu, tal como esperado, por larga margem as legislativas deste domingo, numa votação marcada por uma baixa afluência às urnas, em especial nas duas maiores cidades do país. Estes são os melhores resultados do partido desde que foi criado em 2001.

Segundo a comissão eleitoral, e com mais de 90% dos votos contados, o Rússia Unida conseguiu 54,2% dos votos, acima dos 49% obtidos há cinco anos. Em segundo lugar ficou o Partido comunista, com 13,5%, seguido do Partido Liberal Democrata (ultranacionalistas) de Vladimir Jirinovski, com 13,3%. Na quarta posição ficou o partido nacionalista Rússia Justa (6,2%).

“Podemos dizer claramente que o nosso partido ganhou”, disse Dmitri Medvedev, primeiro-ministro e cabeça de lista do partido no poder, numa primeira reacção às projecções divulgadas logo após o fecho das urnas em Kaliningrado, enclave russo no coração da UE. 

Surgindo ao lado de Medvedev, Putin destacou o “bom resultado” obtido pela formação, acrescentando que a participação “não foi elevada, mas ainda assim importante”.

Neste escrutínio votaram 47% dos eleitores inscritos. A Comissão Central Eleitoral adianta que em Moscovo e São Petersburgo, as duas maiores cidades do país, a afluência às urnas foi ainda mais baixa, quer face à média nacional, quer face à registada nas últimas legislativas.  

As legislativas acontecem numa altura em que a Rússia está há ano e meio em recessão, o período mais longo desde a chegada de Putin à política em 1999, resultado tanto da queda do preços do petróleo e do gás natural, as principais exportações do país, e também das sanções ocidentais de que foi alvo após a anexação da Crimeia, em 2014 – região que pela primeira vez elegeu nestas eleições os seus deputados para a Duma.

Putin reconheceu que “a situação no país não é fácil, mas as pessoas sentem, querem e esperam que a situação política seja estável”.

Em 2011, as legislativas foram seguidas por dias de protestos, com milhares de apoiantes da oposição a desafiarem o frio para denunciarem irregularidades na votação e contagem dos votos. Mas, depois de vários dirigentes terem sido envolvidos em casos de corrupção ou alvos de suspeitas, a oposição liberal é hoje uma sombra do que era em 2011 e serão poucos os políticos desse campo que conseguirão ser eleitos através dos círculos uninominais estreados nestas legislativas.

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