Artes
Um retrato de família é uma história de vida
Em 2013 e 2014, Luís Pavão montou uma tenda no Intendente, onde recebeu vários famílias do bairro e fotografou os seus retratos. Este ano, optou por manter a mesma abordagem mas focada nas famílias chinesas, que na altura se mostraram pouco disponíveis para serem fotografadas. Ao receber o mesmo tipo de resistência, decidiu alargar, então, para famílias pluriculturais. "Através da família dá para contar uma história de vida. Cada família tem uma pequena história. Há uns que vieram com os avós em pequenos, outros que se conheceram em Erasmus”, explica o fotógrafo.
A mulher, psicóloga de profissão, ajudou Luis Pavão a receber e a iniciar a conversa com as famílias, antes de as fotografar – era nesta altura que o fotógrafo começava a pensar os retratos e a forma como iria posicionar as pessoas. “Tentei que eles estivessem próximos, agarrados. E acho que isso se sente muito nas fotografias", diz. Com os trabalhos que tem vindo a desenvolver para o Festival Todos - um festival que promove o encontro de culturas e o diálogo intercultural através das artes contemporâneas - Luís Pavão admite estar a descobrir o género retrato. “É um tipo de fotografia muito criativa e o fotógrafo pode dar bastante de si", comenta.
Para Luís Pavão, o retrato é uma forma de preservar a memória identitária. “Estes retratos de famílias chinesas e de famílias interculturais mostram como Lisboa é hoje um dos espaços urbanos mais cosmopolitas do mundo”, defende o fotógrafo. “A multiculturalidade é uma coisa que me fascina. Dá cor à cidade”.
Dos 32 retratos feitos em estúdio, dez são de famílias chinesas mas há também famílias austríacas, moçambicanas, alemãs ou australianas.
A exposição "Retratos de famílias" do fotógrafo Luís Pavão foi inaugurada esta quinta-feira (e fica até dia 11 de Setembro) no antigo Palácio do Patriarcado, no Campo Mártires da Pátria, em Lisboa, no âmbito da 8.ª edição do festival Todos.