Sonda da NASA vai até asteróide em busca das origens da vida

Osiris-Rex será lançada na madrugada desta sexta-feira em direcção ao asteróide Bennu. Há uma hipótese em 2700 de esta rocha atingir a Terra algures entre 2175 e 2199.

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O Atlas 5 vai fazer a primeira missão da NASA de recolha de uma amostra de um asteróide AFP PHOTO / NASA/Joel Kowsky
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A sonda Osiris-Rex esteve em exposição em Agosto no Centro Espacial Kennedy, na Florida REUTERS/Mike Brown

A NASA vai lançar na madrugada desta sexta-feira uma sonda espacial que deverá recolher amostras de um asteróide para aprender mais sobre as origens da vida na Terra e noutros locais no sistema solar. O foguetão Atlas 5, que leva o robô explorador Osiris-Rex (acrónimo para Origins-Spectral Interpretation-Resource Identification-Security-Regolith Explorer) para uma missão de sete anos, vai ser lançado da base espacial de Cabo Canaveral, na Florida, EUA.

O lançamento da sonda está a ser planeado pela NASA há vários anos. A Osiris-Rex vai dirigir-se até uma asteróide com cerca de 500 metros de largura chamado "Bennu", que se encontra mais ou menos na mesma órbita que a Terra tem à volta do Sol. Os cientistas da NASA calculam que existe uma hipótese em 2700 de esta rocha atingir a Terra algures entre 2175 e 2199. O calor do sol empurra Bennu ligeiramente e, por isso, traçar a sua rota é um dos objectivos desta missão no valor de mil milhões de dólares (890 milhões de euros).

A agência espacial norte-americana também espera que a Osiris-Rex demonstre as técnicas avançadas de imagem e mapeamento que serão necessárias em futuras missões científicas e expedições comerciais de extracção de minério nos asteróides. A Osiris-Rex deverá chegar a Bennu em Agosto de 2018 e, então, começar um estudo de cerca de dois anos para avaliar a sua composição física e química. A sonda, movida a energia solar, deverá então dirigir-se até à superfície da rocha e, através de um braço robótico, recolher uma amostra de (pelo menos) 60 gramas de material que os cientistas esperam que seja rico em carbono.

“Vamos até ao asteróide Bennu porque é uma cápsula do tempo das fases iniciais da formação do sistema solar, numa altura em que o nosso sistema planetário foi criado como se espalhássemos grãos de poeira numa nuvem em movimento à volta da nossa proto-estrela [o sol] em crescimento”, referiu o investigador principal Dante Lauretta, da Universidade de Arizona, durante uma conferência de imprensa sobre esta missão.

Dentro do sistema solar em desenvolvimento, começaram a ser formados pequenos corpos rochosos, muitos deles cravejados com água gelada e materiais orgânicos, que são os compostos chave que terão feito da Terra um lugar habitável ou mesmo que terão dado início à vida, adiantou Dante Lauretta. Se tudo correr como planeado, a cápsula com as amostras recolhidas de Bennu será expelida durante o regresso da sonda Osiris-Rex, previsto para 24 de Setembro de 2023, e com a ajuda de um pára-quedas deverá aterrar no campo de treino e testes situado no Utah.

A Osiris-Rex é a mais recente missão de uma série de expedições que envolveram asteróides que começaram em 1991 quando a sonda Galileu, que visitou Júpiter, passou perto do asteróide Gaspar. Em 2010, a sonda japonesa Hayabusa 1 conseguiu regressar à terra com um punhado de pequenos grãos do asteróide Itokawa. A próxima missão, Hayabusa 2, está a ser preparada.

O lançamento da sonda Osiris-Rex, que resulta de uma parceria entre a empresa Lockheed Martin Corporation e a Boeing, está marcado para esta quinta-feira entre as 19h05 e as 21h05 na Florida (EUA), ou seja, entre as 00h05 e as 02h05 desta sexta-feira em Lisboa.

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