Na China, há um lugar como nenhum outro. Onde as casas parecem barcos, a terra água e tudo tem uma incrível dimensão poética — em particular nas imagens de Manuel Correia. O fotógrafo documentou Xiapu em "Distant Song", livro lançado em 2012, que conhece agora a segunda edição pela Caminho das Palavras e serve de pretexto para uma nova exposição. "Escritos do Mar da China", patente até 17 de Setembro no Museu Nogueira da Silva, em Braga, é uma viagem a uma das "comunidades mais surpreendentes" do mundo que vive essencialmente da aquacultura, como apresenta o fotógrafo numa nota enviada ao P3. "Os pescadores deste livro vivem num mundo aparte, povoam um lugar remoto e improvável onde as casas são como barcos construídos em cima de jangadas e as suas terras, quintas e quintais são quadrados ou rectângulos desenhados à superfície das águas, numa geometria mais que perfeita que se estende ao longo de mais de 400 km da costa do Mar Oriental da China”, descreve no livro a jornalista Laurinda Alves. Há muito que Manuel Correia corre o mundo à boleia da fotografia, tendo já protagonizado várias expedições a África, Ásia e América do Sul que deram origem a exposições, artigos e livros — o último "Kilimanjaro and Porters", foi lançado no ano passado. Integra também a exposição "Portugal Portugueses", que inaugura em São Paulo dia 8 de Setembro, ao lado de artistas como Helena Almeida, Joana Vasconcelos, Julião Sarmento e Paula Rego.