Guimarães Jazz 2016 aposta no novo jazz contemporâneo

Festival decorre de 5 a 19 de Novembro, e assinala 25 anos de história.

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Carla Bley encerra o festival, à frente da Charlie Haden´s Liberation Music Orchestra Nelson Garrido

O San Francisco Jazz Colective (SFJC), ensemble fundado em 2004 por Joshua Redman na costa oeste norte-americana, e por onde têm passado músicos de referência da cena jazzística mundial, a abrir (10 de Novembro); e mais um regresso aos palcos portugueses de Carla Bley, desta vez à frente do também histórico Charlie Haden’s Liberation Music Orchestra, a fechar (dia 19). São estas as principais balizas do cartaz da 25.ª edição do Guimarães Jazz, que vai decorrer no Centro Cultural Vila Flor, e vai ter uma pré-abertura a 5 de Novembro em português, com a big band LUME em associação com a Banda da Sociedade Musical de Pevidém e o coro BJ, a assinalar os 25 anos do festival e a realçar a sua ligação com a comunidade.

Mas as apostas principais do programa, divulgadas esta segunda-feira em comunicado, estão em nomes com menos ressonância histórica e também menos conhecidos entre nós. São os casos do Rudresh Mahanthappa Bird Calls (dia 12), banda do saxofonista de ascendência indiana, e do quarteto do trompetista norte-americano Ambrose Akinmusire (dia 17), que a revista Downbeat classificou entre os melhores músicos de 2015. E também do quarteto do saxofonista Donny McCaslin (dia 18), que liderou a banda que gravou o último disco de David Bowie, Blackstar.

“O traço mais distintivo do alinhamento apresentado nesta sua 25.ª edição será, porventura, o facto de o festival não ceder à tentação da autocelebração, optando antes por focar a sua atenção no novo jazz contemporâneo”, justifica a direcção do Guimarães Jazz, reivindicando o “estatuto de festival de referência no panorama musical português”.

De regresso ao programa, assinale-se que o SFJC é actualmente formado por músicos como os saxofonistas porto-riquenhos David Sánchez (um discípulo de Dizzy Gillespie, que em 2005 venceu um Grammy pelo álbum Coral), Miguel Zénon, o trombonista norte-americano Robin Eubanks ou o baixista neo-zelandês Matt Penman. Em Guimarães, o ensemble vai interpretar peças de Miles Davis, além de originais da banda.

Já a pianista e compositora norte-americana Carla Bley está agora à frente da Liberation Music Orchestra, após a morte, em 2014, de Charlie Haden, e dando continuidade a uma relação de trabalho que vem já do final da década de 1960.

Ainda do lado dos músicos mais jovens, o Guimarães Jazz salienta a presença do quarteto do baterista americano Matt Wilson (dia 11), acompanhado por Kirk Knuffke (trompete), Jezz Lederer (saxofone) e Chris Lightcap (baixo). E também o septeto da flautista Jamie Baum, que reúne músicos americanos e polacos (dia 16) – e que dirigirá também um workshop e uma jam session.

Do lado do jazz em português, o festival reactiva, pela terceira vez, a parceria com o Porta-Jazz num concerto em que o convidado será o saxofonista João Mortágua, e que contará também com a colaboração do artista plástico Hernâni Reis Baptista.

A assinalar o 25.º aniversário, o Guimarães Jazz vai publicar um livro com a história do festival.

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