EmergencyBnB: de portas abertas para receber quem não tem casa

O alojamento é gratuito e exclusivamente para pessoas em situações vulneráveis ou que enfrentam uma crise e não tenham para onde ir

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Plataforma foi criada por Amr Arafa, empresário egípcio que vive nos Estados Unidos Enric Vives-Rubio

Amr Arafa é egípcio, empresário, tem 34 anos e vive nos Estados Unidos, mas a sua história não termina aqui. Aliás, é aqui que ela começa. A sua vontade de ajudar refugiados e pessoas vítimas de violência doméstica fez com que, em 2015, abrisse as portas do seu apartamento para recebê-los. E foi a partir dessa experiência que surgiu o site EmergencyBnB, uma espécie de Airbnb dedicado a uma causa solidária.

O site foi lançado em Março de 2016 e permite o registo de casas ou quartos para serem alugados. Mas, na realidade, o alojamento é gratuito e exclusivamente para pessoas em situações vulneráveis ou que enfrentam uma crise e não tenham, temporariamente, para onde ir.

Arafa procura, agora, reunir um número de anfitriões antes de os colocar em contacto com os candidatos a abrigo, de modo a criar uma base de ofertas em número suficiente para responder a uma eventual procura que surja nos EUA.

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Os Estados Unidos admitiram a entrada de 70 mil refugiados no país e para 2016 a previsão é de 85 mil

Enquanto isso, o seu próprio apartamento, localizado em Washington, está registado no Airbnb com disponibilidade apenas para os refugiados e vítimas de violência doméstica. Por respeito à política da empresa, Arafa cobra dez dólares por noite, a taxa mínima, mas depois reembolsa os hóspedes.

Ao The Washington Post, Arafa explica que a ideia do EmergencyBnB “não é sobre um Governo a oferecer um lugar para alguém ficar; é sobre o facto de os teus vizinhos se preocuparem contigo".

Segundo dados apresentados pela “American Immigration Council”, em 2015, os Estados Unidos admitiram a entrada de 70 mil refugiados no país e para 2016 a previsão é de 85 mil. Diante desse cenário, Arafa acredita que seu maior desafio será encontrar pessoas dispostas a abrirem as portas das suas casas. E afirma ao The Washington Post: “Eu não estou a tentar resolver a crise dos refugiados, mas sei que há refugiados aqui, hoje, e que temos de fazer com que se sintam bem-vindos”.

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