Arouca Film Festival: mais dias, mais filmes e mais conversa

Os 43 filmes a concurso na edição de 2016 competem entre si nas categorias de ficção, documentário, animação, videoclip e cinema experimental

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Portable Antiquities Scheme/Flickr
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O 14.º Arouca Film Festival arranca a 8 de Setembro e, tendo em competição 43 obras de oito países, cresce este ano de três para quatro dias, de forma a proporcionar mais oportunidades de diálogo aos seus participantes. Organizado pelo Cineclube de Arouca, o evento reage assim ao crescimento que vem registando também ao nível das inscrições, já que em 2015 recebeu candidaturas de 439 filmes e este ano acolheu 588.

"Com mais um dia de festival, conseguiremos dar resposta a uma necessidade que nos vem sendo transmitida por parte dos participantes e que visa a criação de espaços alternativos para a discussão de temáticas emergentes no mundo do cinema", declarou à Lusa João Rita, presidente do Cineclube de Arouca e director do certame. "O objectivo é reflectir sobre as preocupações de todos os que se dedicam à produção, realização e difusão de obras cinematográficas", explica.

Os 43 filmes a concurso na edição de 2016 competem entre si nas categorias de ficção, documentário, animação, videoclip e cinema experimental. "O Arouca Film Festival tem conseguido manter o seu espírito inovador, não perdendo nunca a sua essência, apesar das muitas dificuldades financeiras, humanas e materiais que assolam o sector cultural", realça João Rita.

"Mas este ano obtivemos a maior participação portuguesa de sempre, facto que também demonstra a importância do trabalho efectuado pelos cineclubes e festivais para estimular novos projectos e o aparecimento de novos realizadores", realça.

Os direitos humanos

As obras seleccionadas para competição procuram garantir ao público "um acesso livre e mais facilitado a conteúdos de elevadíssimo valor artístico", sendo que, na edição de 2016, "grande parte dos filmes a concurso aborda, retrata e reflecte sobre questões relacionadas com os direitos humanos e com as relações interpessoais, reforçando a ideia do respeito pelo outro e pela diferença, apelando à tolerância, ao diálogo e à liberdade de pensamento".

Para João Rita, essas são, aliás, "temáticas de extrema importância no actual contexto mundial, reflectindo as preocupações dos realizadores pela criação de um mundo mais aberto, mais justo, mais livre e tolerante" — o que também demonstra o papel do cinema "como potenciador de mudança social".

A edição de 2016 do Arouca Film Festival continua a integrar um programa não competitivo em que se incluem "workshops", "masterclasses", debates com realizadores e espectáculos de animação. Para assegurar essa oferta, o evento conta com uma equipa de cerca de 25 voluntários, a maioria dos quais ligados à Escola Secundária de Arouca, devido ao trabalho de proximidade que o Cineclube desenvolve ao longo do ano com a comunidade educativa local.

"As funções que esses voluntários desempenham variam de acordo com a sua formação académica e as suas áreas de interesse, podendo ir desde a cobertura fotográfica e videográfica do evento até ao acolhimento do público, passando pelo apoio técnico e gastronómico, e pelo auxílio na gestão da comunicação", revela Cátia Camisão, coordenadora do festival.

Quase todos esses colaboradores são da região de Arouca, mas há também os que residem no Porto e em Lisboa, pelo que a também vice-presidente do Cineclube local acredita que o evento está assim a proporcionar aos seus voluntários os primeiros passos no sentido da "criação de uma 'network' de contactos" pessoal. No currículo desses voluntários, a ajuda que prestam à iniciativa representa ainda "experiência profissional num certame de reconhecido interesse nacional e internacional, na primeira linha deste género de eventos culturais em Portugal".

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