Marcelo lembra vocação marítima do país e pede maior aposta no mar

Presidente está a cumprir o segundo dia de uma visita oficial à Madeira.

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Daniel Rocha

O Presidente da República lembrou nesta segunda-feira, na Madeira, a "vocação marítima" do país, voltando a defender uma "aposta" nas indústrias ligadas ao mar.

No final de uma visita a um centro de maricultura na Calheta (oeste do Funchal), Marcelo Rebelo de Sousa confessou aos jornalistas estar "impressionado" com o potencial desta indústria. "A vocação marítima é parte da nossa história", disse, elogiando o "esforço" que Portugal está a fazer para estender a plataforma continental. "Essa deve ser a nossa aposta. Temos a vocação e temos o território."

O objectivo da Madeira, disse depois o presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, é exportar cinco mil toneladas de pescado criado em cativeiro até 2020, mas a insularidade tem sido um entrave para o crescimento de uma indústria que actualmente produz cerca de uma tonelada por ano.

O chefe de Estado disse estar sensível a esse problema. Tomou nota e acrescentou que a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, que está a acompanhar esta visita de três dias à Madeira, também o fez.

A comitiva seguiu depois para uma rádio local, onde o Presidente falou em directo para a população. O caminho fez-se a pé em cinco minutos. Marcelo, entre abraços, beijos conversas e selfies com populares, levou quase uma hora. "Está cansado, senhor Presidente?", perguntaram. Nada disso, na Madeira, diz Marcelo, não se cansa.

Antes, ainda no centro de maricultura, o chefe de Estado ouviu as explicações dos responsáveis com interesse e não deixou de pôr as mãos na massa, alimentando os peixes nos tanques. "Um pouco para a direita, um pouco para a esquerda." Como um Presidente deve fazer.

Na véspera – Marcelo iniciou no domingo a terceira visita ao arquipélago em sete meses de mandato – falou-se de incêndios. Primeiro, o Presidente da República visitou alguns locais afectados pelas chamas do início do mês e depois foi a casa de algumas famílias realojadas.

O dia terminou com uma reunião que juntou autarcas dos concelhos afectados, executivo regional e a ministra da Administração Interna.

A visita prossegue durante a tarde com uma deslocação às ilhas Desertas, uma reserva natural a cerca de 30 quilómetros da Madeira. Na terça-feira, Marcelo e comitiva viajam para as Selvagens, um subarquipélago que é o ponto mais meridional do território nacional.

Belém diz que o mote da viagem é a "curiosidade" presidencial, mas o reforço da soberania nacional sobre aquele território, que Espanha classifica como rochedo e como tal sem direito a Zona Económica Exclusiva, não será esquecido – principalmente agora, depois da instalação recente naquelas ilhas de um posto da Polícia Marítima.

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