Polícia Judiciária detém duas pessoas por suspeita de incêndio florestal

Homem de 37 anos e mulher de 52 vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coacção. Este ano, 37 pessoas já foram detidas por suspeita deste crime.

Foto
Um dos maiores incêndios dos últimos dias em Portugal continental foi o que chegou a São Pedro do Sul Nelson Garrido

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta quarta-feira a detenção de um homem de 37 anos suspeito de um crime de incêndio florestal ocorrido a 4 de Agosto em Lagoa, no Algarve, e a de uma mulher, de 52 anos, suspeita de ter ateado um incêndio florestal em Oliveira do Bairro na passada sexta-feira. Estes dois casos elevam para 37 o número de pessoas detidas este ano pela suspeita de autoria deste crime, segundo a PJ.

No caso em Lagoa, a detenção foi feita pelo Departamento de Investigação Criminal de Portimão, após identificar o homem, alegadamente responsável por atear mais de uma dezena de focos de incêndio numa zona de costa e mato do concelho, referiu a Polícia Judiciária (PJ) num comunicado.

"O arguido terá desencadeado, com recurso a chama directa, 12 focos de incêndio numa área de mato, a qual termina nas falésias situadas entre as praias de Benagil e da Marinha. O maior foco de incêndio resultou numa área ardida de cerca de 10.000 metros quadrados", disse a PJ.

Os dois detidos vão ser presentes em tribunal para primeiro interrogatório judicial e para conhecerem as eventuais medidas de coacção. Nenhum deles tem antecedentes criminais.

No caso de Lagoa, fonte da directoria do sul da PJ disse à agência Lusa que não há "registo clínico de qualquer problema mental". "Os focos de incêndio foram ateados no mesmo dia e localizados no mesmo período de tempo. À medida que se deslocava ia ateando os focos de incêndio", explicou a mesma fonte. Os fogos provocaram a destruição de uma zona de costa utilizada para passeios pedonais e conhecida como o percurso dos Sete Vales Suspensos, que se estende ao longo de 5,7 quilómetros de arribas.

Fonte dos bombeiros de Lagoa disse que estes focos de incêndio acabaram por destruir a vegetação local e estruturas de madeira que balizavam o percurso, mas não tiveram consequências de maior devido à "pronta resposta" dos bombeiros, que "detectavam visualmente as novas ignições" à medida que faziam o combate dos focos já ateados.

Ignições por chama directa

Em Oliveira do Bairro, e segundo os investigadores, as ignições ocorreram através de chama directa, com recurso a uma caixa de fósforos, tendo a presumível autora dos crimes confessado os factos e indicado a forma como procedeu.

Também aqui, a Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro refere que estes incêndios só não provocaram avultados danos porque foram prontamente combatidos por populares e pelos bombeiros que se encontravam na zona a fazer um rescaldo. "Depois de assistir ao combate aos incêndios que ultimamente deflagraram, com frequência, nas proximidades da sua residência, a suspeita colocou três focos de incêndio", refere um comunicado da PJ.
 

Sugerir correcção
Comentar