Uma mulher na ONU? Este não é o ano para pedir isso

É um dos temas difíceis deste novo século: deve ou não haver quotas para as mulheres e, se não, deve escolher-se a mulher sempre que cheguem à “final” uma mulher e um homem, e assim contrariar os milhares de anos em que as mulheres foram empurradas para a margem do poder e dos processos de decisão? O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse ontem que o conselho de segurança deve escolher uma mulher para o substituir. “Já é altura.” Sendo verdade que em 70 anos a ONU foi sempre chefiada por homens e que, no very top, eles dominam, 2016 não era o ano para fazer um apelo à igualdade de género. Pela primeira vez, para além das manobras de bastidores, há um processo mais sério e transparente de competição directa, à vista de todos, em que os candidatos são avaliados pelo que de facto são e não apenas pelo que representam. Guterres, se não for o escolhido, terá uma derrota mais suave. Mas se ganhar uma mulher, a vitória terá sempre um sabor amargo. Este não é o ano para pedir uma mulher à frente da ONU. É o ano para que o melhor dos 11 candidatos seja escolhido. Homem ou mulher.

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