Nunca lhe víamos a cara, mas Kenny Baker, o actor que dava vida ao simpático robô R2-D2, entrou nos seis primeiros filmes da mítica saga Guerra das Estrelas, de George Lucas. Baker morreu este sábado aos 81 anos, depois de uma doença longa que a BBC não especifica, confirmou à televisão pública britânica a sobrinha do actor, Abigail Shield. “Ele trouxe muita felicidade às pessoas e nós vamos celebrar o facto de ele ser amado em todo o mundo”, disse ao diário The Guardian.

O seu nome tornou-se mais conhecido quando, em 1977, se transformou pela primeira vez no pequeno dróide que a quem a Princesa Leia pede para transmitir uma mensagem vital a outra personagem central, Obi-wan Kenobi. R2, especialista na navegação e manutenção de astronaves, era dono de uma linguagem incompreensível para a maioria mas que se tornou num dos elementos mais reconhecíveis da ópera espacial. O actor participou em O Império Contra-Ataca e em O Regresso de Jedi, e recebeu créditos de participação nas três prequelas da saga, estreadas entre 1999 e 2005, embora fossem eminentemente digitais. Na derradeira prequela A Vingança dos Sith, por exemplo, foram usadas sobretudo imagens registadas previamente e muitos efeitos especiais. 

Chegado a 2015, e com a estreia do primeiro filme da trilogia de sequelas O Despertar da Força, Baker foi consultor para a sua personagem, que com a de C-3PO é a única a atravessar todos os sete filmes Star Wars. O seu sucessor no fato de dróide cilíndrico e prateado e azul já está escolhido: é Jimmy Vee, que entrará no Episódio VIII, previsto para Dezembro de 2017.

Com C-3P0, o robô dourado habitado por Anthony Daniels, R2-D2 formava uma popular dupla. Mas ambos se queixavam da falta de glamour dos seus papéis, que os obrigavam a passar muitíssimo tempo dentro dos desconfortáveis fatos rígidos, muitas vezes em condições climatéricas extremas. Também eram públicas as suas querelas na vida real.

Nascido em Birmingham em 1934, Kenny Baker foi toda a vida um lutador, disse Abigail Shield. Tinha apenas 112 centímetros e, naquela época, uma pessoa com as complicações de saúde associadas ao nanismo tinha uma esperança de vida reduzida. “Quando era criança foi-lhe dito que, muito provavelmente, não chegaria à idade adulta”, lembrou a sobrinha. Nada mais falso. “Temos muito orgulho no que fez durante a sua vida tão preenchida.”

Baker, que também trabalhou para a televisão, entrou ainda noutros filmes bastante populares na década de 1980, escreve o Guardian, destacando O Homem-Elefante, Flash Gordon e Os Bandidos do Tempo.