Vento reactivou incêndios no continente. Pessoas retiradas de aldeias

A intensidade do vento dificultou o trabalho dos operacionais.

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Protecção Civil recebeu apoio de um helicóptero espanhol e pede o mesmo apoio para esta quarta-feira Rui Farinha

O vento forte que se fez sentir durante a noite e que vai manter-se ao longo do dia levou a reacendimentos nos incêndios de Águeda, Arouca e Vila Nova de Cerveira, onde foram retiradas pessoas de aldeias.

Em declarações à agência Lusa, o adjunto de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Carlos Guerra, adiantou que os distritos de Aveiro, Viana, Braga e Porto são esta manhã os distritos que mais preocupam os bombeiros, em Portugal continental, com incêndios de grandes dimensões como os de Águeda, Arouca e Vila Nova de Cerveira, que sofreram alguns reacendimentos devido ao vento.

"Durante a noite, tal como prevíamos o vento estava muito forte, o que tornou muito difícil as acções de consolidação e rescaldo em alguns incêndios tendo mesmo reactivado muitos deles. (...) Os fogos em Águeda e Arouca por exemplo reactivaram com alguma intensidade", disse.

De acordo com Carlos Guerra, os incêndios de Arouca e Águeda, nos distritos de Aveiro, bem como o de Vila Nova de Cerveira, em Viana do Castelo, estão incontroláveis e obrigaram à retirada durante a noite de pessoas de várias aldeias.

"Os operacionais tiveram mesmo de deixar de combater os incêndios em florestas para ajudar na defesa de habitações. Foi o que aconteceu em Viana do Castelo, Arouca e Águeda, mas também tivemos situações mais complicadas em Arcos de Valdevez e Vila Nova de Cerveira", contou.

Segundo o adjunto operacional da ANPC, a estratégia adoptada pelos comandantes no terreno passa por defender primeiro as aldeias, as pessoas, as habitações.

"Houve algumas habitações nas aldeias periféricas onde tivemos de retirar pessoas das casas, mas não ardeu nenhuma habitação. O pior evitou-se", sublinhou. No que diz respeito a vítimas, Carlos Guerra adiantou que algumas pessoas foram hospitalizadas, mas devido a intoxicações e por exaustão sem gravidade.

O adjunto operacional disse que o dia deverá ser difícil devido ao vento forte de leste. "Contámos com a ajuda de um helicóptero espanhol e reforçámos o pedido de ajuda para hoje. Estamos à espera que Espanha nos diga hoje de manhã se pode enviar aviões. Espanha disse-nos que podia disponibilizar apenas meios aéreos porque também está a braços com incêndios florestais", disse.

Às 13h, estavam no combate às chamas mais de 3300 bombeiros, apoiados por mais de mil veículos e por duas dezenas de meios aéreos, contabiliza a Autoridade Nacional de Protecção Civil. Destes, mais de 1700 operacionais estavam a combater 13 grandes fogos florestais no continente português. No total, a Protecção Civil contava, à mesma hora, 122 incêndios activos, em território continental.

O incêndio que mais meios mobiliza está a decorrer no concelho de Águeda, no distrito de Aveiro. O fogo que já tinha sido dado como dominado teve um reacendimento e no local, numa zona florestal, encontram-se 304 operacionais e 90 veículos a combater as chamas. Também no distrito de Aveiro, o distrito com mais operacionais no terreno, as preocupações também estão no concelho de Arouca, onde as chamas que consomem uma zona de mato desde as 14h35 de segunda-feira, e estão a ser combatidas por 213 elementos, apoiados por 49 meios terrestres.

Tal como as autoridades alertaram, os reacendimentos têm sido um dos desafios no combate às chamas. Também no concelho de Gondomar, Porto, um incêndio reacendeu e concentrava mais de 270 bombeiros e elementos e 53 meios terrestres.

O fogo que menos meios mobiliza, de acordo a Proteção Civil, está activo no concelho de Penafiel, também no Porto. O incêndio começou esta terça-feira pelas 13h e ainda não está controlado. No local encontram-se 48 elementos e 18 viaturas.

Os incêndios concentram-se praticamente todos acima do rio Mondego.

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