Brasileiros são bipolares

A abertura dos Jogos Olímpicos realizada no último dia 5 no Rio de Janeiro teve um efeito positivo considerável no humor dos cariocas e brasileiros.

Bastou pouco mais de uma hora de um megaespectáculo no estádio Maracanã, evento que – faça-se justiça! – no geral, foi elegante, de bom gosto e com alto astral para que, da noite para o dia, o brasileiro estivesse de volta ao sétimo céu.

De fato, desde então, o Rio de Janeiro a despeito de todos os problemas, está com um clima alegre e festivo. A Cidade Maravilhosa está ensolarada e em pleno inverno, com termômetros a chegar aos 30 graus, e as praias estão cheias. Principalmente de turistas.

Um assalto aqui ou acolá, num dos quais foi vítima um ministro português de visita ao Rio, mas até agora não tivemos problemas de terrorismo e de lobos solitários que produzissem mortos e manchetes.

Temos sofrido muito, cada vez mais com nossos políticos e com nossa economia que segue a se derreter. Este ano de 2016, ainda pior que o de 2015, está expondo não apenas aos nossos olhos de brasileiros, mas do mundo inteiro que, nos últimos anos fomos enganados de forma abominável pelos nossos governantes.

Nesta semana, no Wall Street Journal, o ex-presidente mais popular da história do Brasil, agora oficialmente declarado réu, mereceu artigo de destaque com a manchete de “Lula enganou todo o mundo”. E principalmente a nós, brasileiros! 

Nenhum governo na história de nossa jovem nação, mesmo em tempos de regime militar, conseguiu com tanta competência ocultar a roubalheira, empurrar com a barriga a necessidade de reformas profundas e, ao mesmo tempo, produzir uma rósea e enganadora visão da realidade.

E assim, com a ajuda de um intenso calendário de megaeventos, depois da Copa 2014, o Brasil chega às Olimpíadas como forte candidato à medalha de ouro em Pão & Circo.

Como bons latinos, nós, brasileiros, somos capazes de num estalar de dedos passar do inferno ao céu e vice-versa. Eu mesmo, devo confessar, que estou abstraindo e curtindo intensamente o ritmo festivo que tomou conta do Rio de Janeiro.

Aliás, me dê licença, pois vou andar pela areia de Copacabana, bairro que é hoje um dos quatro centros olímpicos destes Jogos. A praia está ótima e ninguém é de ferro!

 

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