Carros eléctricos ganham novos postos nas auto-estradas

Ministro do Ambiente inaugurou corredor de carregamento rápido entre Lisboa e Algarve. Energia é gratuita até ao final do ano.

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Os carros eléctricos ainda são uma pequena fatia do parque automóvel em Portugal Pedro Cunha

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, inaugurou nesta segunda-feira o primeiro corredor de postos para carregamento rápido de carros eléctricos, entre Lisboa e o Algarve, e prometeu que a estrutura será alargada ao resto do país, com um total de 50 destes postos a funcionar ainda em 2016.

"Até ao final do ano, será possível, em todo o país, que nos possamos deslocar em veículos eléctricos, porque haverá postos de carregamento rápido", disse o ministro, que traçou também planos para 2017: "Até ao final do próximo ano, cada sede de concelho terá, pelo menos, um posto de carregamento e a mobilidade eléctrica deixará de ser entendida como um fenómeno urbano".

João Matos Fernandes, que viajou num automóvel eléctrico até à área de serviço de Aljustrel da Auto-estrada do Sul (A2), onde decorreu a cerimónia, explicou que, para já, estão à disposição dos automobilistas seis postos de carregamento rápido, em quatro áreas de serviço, no corredor Lisboa-Algarve (Palmela, Alcácer do Sal e Aljustrel, na A2, e na área de serviço de Loulé, na A22). Mas, garantiu que até ao final do ano, serão meia centena, em várias auto-estradas do território nacional: "Será possível viajar de Viana do Castelo até ao Algarve e nos dois eixos para o interior", adiantou, especificando tratar-se da A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso, e da A23, desde Torres Novas até à Guarda. "Não existiam postos de carregamento rápido no país e eles são determinantes para que se possam fazer distâncias como esta, Lisboa-Algarve, com toda a segurança em veículos eléctricos", referiu João Matos Fernandes, frisando que, até ao final do ano, estes pontos, que estão em áreas de serviço da Galp, vão ser gratuitos.

Os postos de carregamento rápido permitem um abastecimento em cerca de meia hora, significativamente menos do que as seis a oito horas que pode demorar a carregar um destes carros num posto normal. A conclusão da chamada rede MOBI.E, já prevista desde 2001, envolve a instalação de um total de 124 pontos de carregamento normal e da actualização tecnológica e instalação de 50 pontos de carregamento rápido.

O Governo, assumiu João Matos Fernandes, pretende que, "dentro de dez anos, 10% dos veículos" existentes em Portugal sejam "veículos eléctricos”. Os automóveis eléctricos, porém, são uma fatia muito reduzida das vendas em Portugal. Foram vendidos apenas 1286 ligeiros de passageiros eléctricos nos seis anos de 2010 a 2015, a que se somam 645 veículos híbridos plug-in (que têm um motor eléctrico e um outro de combustão).

Por comparação, só no mês passado foram matriculados perto de 16 mil ligeiros de passageiros no mercado português. A procura, no entanto, tem vido a crescer, em parte por preocupações ecológicas dos consumidores e em parte dada a menor carga fiscal sobre estes carros.

O ministro do Ambiente observou que Portugal tem de "fazer um esforço muito grande" para, até 2030, reduzir "no mínimo 30%" as emissões de gases com efeito de estufa. João Matos Fernandes sublinhou que esta meta requer reduções nos sectores da indústria e da produção de energia, mas também dos "sectores ditos de poluição de origem difusa", onde os transportes têm "papel nuclear".

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