Lotação dos hotéis para animais aumenta e preços mantêm-se desde a crise

Serviço é cada vez mais procurado e há espaços com taxas de ocupação de 100% até ao fim do mês de Agosto. Abandono de animais tem diminuído

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Leo Rivas-Micoud/Unsplash

A lotação dos hotéis para animais de companhia tem vindo a registar um aumento e os preços têm-se mantido idênticos desde os piores anos da crise económica em Portugal, segundo vários estabelecimentos contactados pela Lusa. Numa época em que os donos estão de férias, os hotéis para cães e gatos estão praticamente cheios.

Em Coimbra, o hotel Holidaypet tem "tudo ocupado nesta primeira quinzena de Agosto e tem sido sempre assim porque, com 12 anos de casa, já têm clientes fidelizados", explicou o proprietário Emanuel Santiago, acrescentando que "também costumam estar lotados no Natal e na Páscoa".

Atá ao final de Agosto, a proprietária Maria Irene Reis, do Hotel para Gatos, no Porto, tem "uma taxa de ocupação de 100%, idêntica à do ano passado". Em Monchique, no Algarve, um hotel com o mesmo nome não está tão cheio "como quando começou, em 2000", e eram os únicos a hospedar animais na região, informou o proprietário.

A Casota Dos Bichos, um negócio recente situado em Odivelas, em Lisboa, afirmou ter, de momento, uma lotação quase total, registando um aumento face a 2015, de acordo com a proprietária Ana Paiva Barata.

Uma das situações com que estes hotéis se deparam é o abandono dos animais, acabando por ter de os acolher até ao momento de uma nova adopção, que até pode nem acontecer.

No Holidaypet aconteceu "uma vez nos últimos seis anos", quando abandonaram um cão que os proprietários Emanuel e Sandra Santiago acabaram por adoptar. No Hotel para Gatos houve um incidente semelhante, com um casal de ingleses que deixou um animal, também adoptado pelo proprietário.

Mesmo com o abandono de animais a diminuir tem-se registado um aumento das medidas de segurança, sendo o Hotel para Gatos, no Porto, um exemplo desse registo. "Há sete anos tínhamos vários casos de abandono, sensivelmente 20%. Mesmo pedindo a identificação, contactos e comprovativo de morada dos donos, descobríamos, tarde demais, que os dados fornecidos eram falsos e que os gatinhos tinham sido abandonados. Como não temos número de noites mínimo, era fácil pagar uma ou duas noites e saber que o gato não ficava na rua", contou a proprietária Maria Irene Reis. Para combater a situação foi imposta a exigência, no check-in, de "uma caução de 100 euros, devolvida no check-out". "Esta medida anti-abandono foi eficaz e resultou numa diminuição significativa deste problema."

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