Vai começar a música na mini-cidade chamada Sudoeste

Wiz Khalifa, Sia, Damian Marley ou Steve Aoki integram o cartaz de um festival em que a sensação de férias no campo e na praia é tão importante quanto a música.

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A roda gigante é uma marca da paisagem do festival Sudoeste NUNO FERREIRA SANTOS

O Sudoeste é um dos pioneiros da era dos festivais em Portugal. Instalou-se em 1997 na Herdade da Casa Branca, na Zambujeira do Mar, e, ano após ano, reserva para o início de Agosto a ocupação da planície (e da vila alentejana e respectiva praia, a poucos quilómetros de distância). O Sudoeste, cuja edição 2016 arranca esta quarta-feira e que até domingo, dia 7, receberá Wiz Khalifa, Damian Marley, Sia ou Steve Aoki, foi mudando, inevitavelmente, ao longo dos anos.

As condições que os espectadores campistas encontram são diferentes, incomparavelmente melhores do que aquelas com que se depararam aqueles que, há 19 anos, ali se deslocaram para ver Blur ou Marylin Manson. A identidade do cartaz alterou-se igualmente. O rock há muito deixou de ser dominante, sendo substituído, principalmente nesta década, por outras músicas urbanas como o hip-hop ou a electrónica de dança para massas, a chamada EDM. Ao mesmo tempo, foi-se acentuando a ideia do festival enquanto experiência de férias juvenil de que a música é uma componente importante, mas não determinante  o sucesso é inegável: os números da organização apontam para 197 mil espectadores em 2014 e 188 mil em 2015.

Este ano, no que à música diz respeito, destacam-se o aguardado Whiz Khalifa, rapper norte-americano que apresentará o seu álbum mais recente, Khalifa, esta quinta-feira, Damian Marley, que levará o legado do pai, Bob Marley, ao palco principal na sexta, ou a electropop de Sia, no sábado. Além deles, encontramos em cartaz Virgul, o ex-Da Weasel (quinta-feira), as canções de Seu Jorge (sexta-feira), do britânico James Morrison (sábado) e de Jimmy P, nascido rapper no Porto e que é hoje um dos músicos mais populares entre as novas gerações, além de uma mão-cheia de DJ festivaleiros (a super-estrela Steve Aoki, Martin Garrix, Cali Y El Dandee, Nervo ou Steve Angello). Esta noite, a da tradicional “recepção ao campista”, passarão pelo palco principal, a partir das 21h45 (os restantes palcos só serão inaugurados amanhã), DJ Darcy, DJ Callas, Club Banditz, Yellow Claw e DVBBS.

Particular atenção, na sexta-feira, para o palco Moche Room, com programação a cargo dos Orelha Negra, onde passarão alguns nomes que fazem o (bom) presente do hip-hop português. Ali veremos Nerve, Slow J, ProfJam, Holly Hood ou Maze. A cultura hip-hop estará também representada no novo palco EDP, onde uma banda, os BLKBRDS, alternará com os passos e as coreografias da Jukebox Crew, colectivo português de dança hip-hop – do breakdance fundador até ao presente.

Para além da música, há tudo o resto que a envolve. Um parque de campismo, aberto desde sábado, que é actualmente uma verdadeira mini-cidade com wi-fi para manter as redes sociais em movimento, cozinha comunitária, supermercado com serviço de encomendas, lavandaria e até um cinema ao ar livre onde serão exibidos filmes como Pressão, Desejos, O Amor Faz-se, Hardcore, The Boy – Segue as Regras e Um Momento de Perdição. No recinto, por sua vez, lá se encontrarão a habitual roda gigante e a feira de artesanato.

Para facilitar a vida aos frequentadores do festival, haverá autocarros a fazer a ligação entre a Herdade da Casa Branca e a praia da Zambujeira. O mesmo acontecerá entre a estação ferroviária de Santa Clara-Sabóia e a Herdade.

Os passes gerais para a 20.ª edição do Festival Sudoeste custam 95 euros. Os bilhetes diários estão à venda por 45 euros.

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