Ramal da Lousã é uma ferida aberta que os autarcas querem ver cicatrizada

Linha centenária foi encerrada em 2010 para dar lugar ao Metro Mondego, cujo projecto está suspenso desde 2011.

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Paulo Ricca/arquivo

O presidente da Comunidade Intermunicipal da região de Coimbra, João Ataíde, defendeu nesta terça-feira que deve ser encontrada uma solução para o problema do Ramal da Lousã, encerrado há anos. <_o3a_p>

“O Ramal da Lousã é uma ferida criada que tem que ser resolvida”, disse o também presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, enquanto falava aos jornalistas na apresentação do Plano Intermunicipal de Mobilidade e Transportes (PMT).<_o3a_p>

Sobre a linha centenária que ligava Coimbra à Lousã e que foi encerrada em 2010 para que fosse construído o Metro Mondego, também o especialista em transportes Álvaro Costa, que coordenou os estudos para a elaboração do PMT, referiu a necessidade de repor o serviço ferroviário destacando que “é fundamental” que este seja retomado para servir as populações. <_o3a_p>

As obras para a construção do Metro Mondego levaram ao encerramento do Ramal da Lousã há mais de seis anos, tendo sido a linha desmantelada, mas o transporte público que a iria substituir nunca foi construído. Os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, por onde iria passar o metro, aguardam decisão do governo sobre o sistema de mobilidade a implementar. <_o3a_p>

O presidente da Comunidade Intermunicipal, constituída pelos 17 municípios do distrito e pelos municípios da Mealhada (Aveiro) e Mangualde (Viseu), explicou que o plano, fruto de alterações no regime jurídico, passa para as autarquias, por intermédio da CIM, a competência de traçar percursos e concessionar transportes públicos. Esta tarefa era atribuída ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, mas que vai mudar de mãos até Dezembro de 2019.<_o3a_p>

O secretário executivo intermunicipal, Jorge Brito, apontou para a necessidade de, tendo em conta esta nova realidade, estabelecer um ponto de equilíbrio entre a exploração comercial das linhas e o serviço às populações nos itinerários que não sejam lucrativos. <_o3a_p>

Sobre questões mais específicas da aplicação do PMT, João Ataíde explicou que, nos Planos Estratégicos de Desenvolvimento Urbano de cada município, “já está definido o que fazer”. “Fazer ciclovias, melhorar o circuito pedonal”, exemplificou o responsável para esclarecer que o plano apresentado nesta terça-feira resulta de uma articulação de planos mais locais. <_o3a_p>

O PMT é, segundo o autarca socialista, um “instrumento de gestão” que permite estabelecer a “estratégia global de intervenção em matéria de organização das acessibilidades da mobilidade” e visa “definir um conjunto de acções e medidas” para uma mobilidade “mais sustentáveis”. <_o3a_p>

Neste sentido, Álvaro Costa, também professor universitário, afirma que o PMT foi produzido tendo em conta as preocupações dos municípios, fazendo uma articulação com as “visões locais”. O técnico da empresa TRENMO, que faz consultoria neste sector, apontou para a necessidade de “assegurar a sustentabilidade económica do sistema de mobilidade” e de diminuir a poluição, o consumo e a dependência energética. <_o3a_p>

O PMT, refere o técnico, procura responder a necessidades específicas do território onde ele vai ser aplicado. Ao enumerar a lista dessas carências, Álvaro Costa mencionou a quebra de competitividade do sistema de transportes públicos na região de Coimbra nos últimos anos.  <_o3a_p>

Numa região caracterizada pela utilização do transporte individual motorizado, o documento apresentado nesta terça-feira menciona a necessidade de se reduzir essa dependência. Uma das formas contrair esta realidade é “aumentar a eficiência, eficácia, competitividade e conveniência do transporte público e dos modos suaves”. <_o3a_p>

O documento vai estar em consulta pública no site da CIM da região de Coimbra, entre 3 e 17 de Agosto. <_o3a_p>

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