PSD-Porto diz desconhecer motivações do Movimento Porto Mais
Miguel Seabra considera que ainda é cedo para o partido debater as autárquicas, mas promete envolver os militantes na discussão.
As águas continuam turvas no PSD-Porto. O presidente da concelhia social-democrata, Miguel Seabra, considera “injustas” as críticas que correligionários do partido têm vindo a fazer à sua liderança e afirma desconhecer que motivações por detrás do lançamento do Movimento Porto Mais, dinamizado por militantes do PSD.
Em declarações ao PÚBLICO, Miguel Seabra diz não encontrar razões para tanto azedume e acusa aqueles que lhe apontam o dedo de faltarem aos plenários que a concelhia convoca com uma regularidade superior àquela que os estatutos fixam. Nega que haja falta de debate interno e sublinha que a sua estratégia passa por continuar a fazer oposição ao PS, porque - frisa - o “Urbanismo e a Acção Social são duas áreas estratégicas que estão nas mãos dos socialistas”.
“Somos contra a maneira como o PS gere a cidade nesta matéria”, afirma, aproveitando para criticar “discricionariedade [por parte da Câmara do Porto] na atribuição de casas municipais e na atribuição dos dinheiros do fundo de emergência social”. E lança mais uma farpa ao PS: “É grave não haver despejos nos fogos de habitação social por falta de pagamento e muito grave não haver cortes de água em fogos sociais com facturas em atraso”.
Nos últimos dias, Hugo Dias e Luís Seco, dois militantes que se demitiram do Conselho Estratégico do PSD da cidade do Porto, têm criticado a liderança da concelhia, lamentando que o partido não tenha, por exemplo, iniciado ainda a discussão do processo autárquico. Estes e outros militantes estão a dinamizar o lançamento de um movimento, denominado Porto Mais, que pretende ser uma plataforma para aqueles que estão descontentes com a liderança da concelhia poderem apresentar e discutir as suas ideias para a cidade.
Sobre o processo autárquico, o líder concelhio diz que “ainda é cedo” para o PSD dizer à população do Porto qual é o seu programa para a cidade e garante que o debate sobre este tema será feito em sede própria com os militantes.
Quanto ao lançamento ao movimento, Seabra não lhe dá grande relevância e diz desconhecer as “verdadeiras motivações” de quem está por detrás dele. “Pode haver outras motivações que eu desconheço, sejam elas políticas ou de outra natureza”, afirma sem adiantar mais detalhes.