Petição reclama redução de horário para portadores de incapacidade

Duas mulheres de Felgueiras querem ver o assunto discutido no Parlamento. Petição conta já 1700 assinaturas.

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A ideia é reduzir o horário de trabalho para pessoas com incapacidade declarada por atestado médico Bruno Lisita

Uma petição lançada na Internet por duas mulheres de Felgueiras a defender a redução do horário de trabalho para pessoas com alguma incapacidade declarada por atestado médico já registou mais 1700 assinaturas.

As autoras da iniciativa, Mafalda Lira, de 37 anos, e Sónia Dias, de 39, ambas com problemas de saúde que as impedem de cumprir horários de trabalho completos, querem que a matéria chegue à Assembleia da República. A petição foi lançada há cerca de mês e meio e precisa de ser subscrita por 4000 pessoas para poder ser apreciada no Parlamento.

Mafalda Lira, docente de Matemática no ensino secundário, explicou que venceu dois linfomas e pretende continuar a exercer a sua actividade, mas devido aos problemas associados à doença não consegue cumprir o horário completo que lhe foi atribuído.

A docente alerta que falta legislação que proteja pessoas com problemas iguais ao seu e outras com doenças crónicas, medicamente comprovadas. Foi por isso, assinalou, que lançou a petição, juntamente com Sónia Dias, de 39 anos, que sofre de esclerose múltipla desde os 20 e teve de deixar de trabalhar num escritório devido à doença.

À Lusa, Sónia recordou que durante algum tempo ignorou a doença, mas o stress e a pressão laboral agravaram os sintomas. Frisou que, apesar disso, gostava de voltar ao mundo laboral, desde que pudesse ter uma menor carga horária que permitisse ter mais tempo de descanso.

As duas mulheres dão a cara pela petição, mas sublinham haver muita gente, de vários pontos do país, que está a lutar pelo mesmo objectivo. Ambas reclamam que seja aprovada legislação que dê direito à redução da carga horária semanal de forma proporcional à incapacidade declarada por atestado médico, sem redução da remuneração e de outras regalias.

Sobre a matéria, Sónia Dias defende "a implementação de medidas políticas sociais que promovam a humanização do trabalho, uma sociedade com vida activa e melhoria na protecção da saúde.

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