Mural de Nuno Saraiva vandalizado na Mouraria

O ilustrador soube dos danos causados no desenho, nesta quarta-feira, na inauguração do Paratissima, onde também tem um trabalho em exposição.

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O mural Cavaleiros da Posta Real, desenhado por Nuno Saraiva, foi vandalizado por um “autor de tags”, de acordo com o ilustrador. Nuno Saraiva diz-se “chateado” com um acto que “acaba por ser um atentado a esta forma de arte”.

Há pouco mais de dois meses, o Correio-Velho, na Mouraria, ganhava mais vida com uma ilustração de Nuno Saraiva. O convite foi feito no início do ano pela Junta de Freguesia de Santa Maria Maior numa parceria com a Associação Renovar a Mouraria. Foi na tarde desta quarta-feira, na inauguração do Festival Paratissima Lisboa, onde Nuno Saraiva também tem o trabalho Bom dia Mouraria- Felicidade não se vende!, que o ilustrador soube da notícia. “Miguel Coelho chamou-me à atenção. Corri para lá e vi com os meus próprios olhos”, conta. Horas depois, o ilustrador assume a mágoa na sua página de Facebook: "Normalmente um artista não vandaliza o trabalho de outro artista".  

A cobrir quatro dos dez cavalos estão letras desenhadas. “Este não foi apenas um exercício deslumbrado, teve também um certo rigor histórico”, explica o ilustrador sobre o facto de ter investido tempo na pesquisa para o mural. Cavaleiros da Posta Real é uma sequência inspirada nos cavalos de Etienne-Jules Marey, um dos pioneiros do cinema de animação. A intenção de Nuno Saraiva era de recriar a vida que existia perto do Palácio do Correio-Velho, com uma expedição dos cavalos ao serviço da Mala-Posta Real.

O ilustrador já pensa em reparar os danos e acrescenta que não será difícil. “É apenas necessário tinta verde e caneta acrílica”, revela, referindo que isso terá de ser agilizado com a Associação Renovar A Mouraria.

Nuno Saraiva faz questão de dizer que é ainda um “interessado em descobrir a ilustração em muros”. O ilustrador é professor de banda desenhada e de cartoon político. Desde 1993, Nuno Saraiva também publica banda desenhada na imprensa portuguesa. 

Texto editado por Ana Fernandes

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