Fernando Santos terá oportunidade de defender o título em 2020

Federação anunciou acordo por quatro anos com o seleccionador que levou Portugal ao triunfo, em França. O próximo desafio chama-se qualificação para o Mundial 2018.

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Reuters

Foi ainda em período de férias, no Algarve, que Fernando Santos chegou a acordo com a direcção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para assinar um novo contrato que lhe permitirá manter-se ao leme da selecção nacional. O técnico que já reservou um lugar na história, ao arrecadar neste mês para Portugal o único título internacional de seniores, comprometeu-se até 2020, o que significa que, se tudo correr de acordo com o melhor dos cenários, terá a possibilidade de defender o ceptro europeu dentro de quatro anos, num torneio com um formato descentralizado.

Chegou cedo ao fim uma novela que nunca chegou a sê-lo. Quando substituiu Paulo Bento, no arranque da fase de qualificação para o Euro 2016, Fernando Santos assinou com a FPF um vínculo que terminaria quando a selecção encerrasse a sua participação no torneio. Ainda durante a caminhada portuguesa em França, chegou a falar-se num cenário de renovação imediato, mas o processo nunca avançou e a verdade é que o contrato acabou mesmo por caducar.

O treinador português já tinha, de resto, vivido uma situação semelhante quando orientava a selecção da Grécia, tendo apenas recebido uma proposta para continuar muito depois de ter terminado a ligação à federação, após o Mundial de 2014. Nessa altura, e também face aos números que foram inicialmente lançados para cima da mesa, optou por abandonar o projecto.

Nessa medida, a continuidade à frente dos destinos da selecção de Portugal não era um dado adquirido, até porque a hipótese de sair de funções com um título europeu no currículo — e um “reinado” sem derrotas em jogos oficiais e muito difícil de igualar — era bastante atractiva. Para mais, o recente sucesso abrir-lhe-ia outras portas e oportunidades, como aconteceu, por exemplo, em 2014 quando recebeu um convite para orientar o Gabão.

Comedido nas palavras, Fernando Gomes, presidente da FPF, já lhe deixara alguns elogios, ainda que muito tímidos: “Neste momento de enorme satisfação, não posso deixar de agradecer a este grupo fantástico liderado pelo engenheiro Fernando Santos, com esta equipa fabulosa que criou um espírito de grupo único e dessa forma conseguimo conquistar o título”, sublinhou no Palácio de Belém, a 12 de Julho, aquando da recepção promovida pelo Presidente da República. Nada que levasse a crer, porém, que um novo acordo estivesse iminente.

Nesta terça-feira ao final da tarde, no entanto, a especulação em torno do futuro do seleccionador chegou ao fim. “A Federação Portuguesa de Futebol e o seleccionador Fernando Santos chegaram a acordo para a renovação do contrato que os une desde Setembro de 2014. O novo vínculo entre a FPF e Fernando Santos vigorará até ao EURO 2020, coincidindo com o final do mandato da actual direcção da Federação Portuguesa de Futebol”, informou o organismo, através de um comunicado.

Informações adicionais sobre o acordo ficam prometidas para quinta-feira, numa conferência de imprensa conjunta (Fernando Santos e Fernando Gomes) já agendada para o final da manhã e que terá lugar na Cidade do Futebol.

Neste cenário, o técnico de 61 anos poderá começar já a esboçar o planeamento para atacar a fase de qualificação para o Mundial de 2018, na Rússia. Inserido no B da confederação europeia, Portugal terá como adversários a Suíça, a Hungria, as Ilhas Feroé a Letónia e Andorra, estando o primeiro encontro calendarizado para o dia 6 de Setembro, em Basileia — será, em teoria, a missão mais difícil ao longo de um percurso que só terminará a 10 de Outubro de 2017.

No bloco de notas de Fernando Santos entrará, também, a presença na Taça das Confederações que a selecção nacional, na qualidade de campeã europeia, disputará a partir de 17 de Junho do próximo ano e que tem apenas uma vaga por atribuir (a africana), depois de confirmados a Rússia (anfitriã), a Alemanha, a Austrália, o Chile, o México e a Nova Zelândia.

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