Prémio Calouste Gulbenkian 2016 para Fundação Amazonas Sustentável

Organização ambiental brasileira vence prémio no valor de 250 mil euros.

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A fundação tem-se destacado na defesa da floresta do Amazonas e das suas comunidades AFP/ANTONIO SCORZA

A organização ambiental brasileira Fundação Amazonas Sustentável é a vencedora da edição deste ano do prémio Calouste Gulbenkian, anunciou nesta segunda-feira a fundação portuguesa em comunicado enviado às redacções. O prémio, no valor de 250 mil euros, será entregue pelo Presidente da República na próxima quarta-feira, numa cerimónia a decorrer no Anfiteatro ao Ar Livre da fundação.

Criado em homenagem ao seu fundador, o prémio Calouste Gulbenkian é atribuído a uma pessoa ou instituição, portuguesa ou estrangeira, que se tenha distinguido na defesa dos valores essenciais da condição humana.

Este ano, o júri do prémio, presidido por Jorge Sampaio, distinguiu, entre 75 candidaturas, uma organização ambiental brasileira que se tem destacado na defesa da floresta do Amazonas e das suas comunidades. O júri enalteceu a acção desta organização que, operando numa “zona mundialmente tão crítica como a Amazónia”, desenvolve projectos para “reduzir o desmatamento” e “preservar a biodiversidade, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das populações tradicionais”. O júri sublinhou que esta distinção representa “um sinal forte” da importância das questões ambientais num ano marcado por um acordo histórico sobre as alterações climáticas assinado, na ONU, por um número recorde de países.

Criada em 2007 pelo Banco Bradesco em parceria com o Governo do Estado do Amazonas, a Fundação Amazonas Sustentável é uma organização brasileira não-governamental sem fins lucrativos, que tem como missão a defesa e a valorização da floresta, promovendo o envolvimento sustentável, a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas do Estado do Amazonas. Para tal, tem vindo a implementar, com grande sucesso, vários programas que, em 2015, envolveram 574 comunidades, beneficiando mais de 40 mil pessoas.

Citado no comunicado da Gulbenkian, Virgílio Viana, director-geral da Fundação Amazonas Sustentável, manifestou-se “honrado” e “reconhecido” pela obtenção prémio, dedicando-o a toda a equipa “que se envolve de maneira apaixonada e com muita seriedade e profissionalismo nos enormes desafios” da fundação.

De acordo com Viana, “os recursos serão destinados a programas e projectos desenvolvidos junto das centenas de comunidades” com as quais a fundação trabalha, acrescentando que, “tal como todos os recursos recebidos pela Fundação Amazonas Sustentável, este recurso será auditado pela pWc e será enviado à Fundação Calouste Gulbenkian um relatório detalhando o investimento do prémio".

Nos projectos da Fundação Amazonas Sustentável destaca-se o Programa Bolsa Floresta, que promove oficinas dirigidas às famílias ribeirinhas sobre mudanças climáticas e serviços ambientais, alertando para os efeitos negativos da abertura de novas áreas de roçado em florestas primárias. Já o Programa de Educação e Saúde desenvolve esforços para ampliar e qualificar a oferta de serviços públicos de saúde e de educação nas comunidades para implementar projectos de qualificação profissional, empreendedorismo, atenção integral à primeira infância, intercâmbio de saberes, incentivo à leitura, reciclagem de resíduos sólidos e práticas agro-ecológicas e de permacultura. Também o Programa de Soluções Inovadoras tem encorajado projectos para melhorar a produção, a qualidade dos produtos e o rendimento das populações por meio de dispositivos e equipamentos inovadores, incentivando boas práticas e procedimentos de segurança.

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