Passos: Governo anda “contente” mas leva país “contra uma parede”
Comissão política discutiu, na quinta-feira, documento de estratégia autárquica
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, mostrou muita apreensão com os indicadores da economia, assumiu que a degradação da economia vai ser visível mais cedo do que se esperava e criticou o Governo por ser irresponsável. Estas foram algumas das ideias que Passos Coelho transmitiu, na quinta-feira à tarde, aos membros da comissão política do PSD, segundo relatos feitos ao PÚBLICO. Na reunião foi discutido o documento de orientação estratégica para as autárquicas de 2017.
Na sua intervenção, o líder do PSD criticou o Governo por andar “feliz e contente” enquanto conduz o país como uma “espécie de TGV desgovernado contra uma parede”, segundo citações de fontes social-democratas. Reiterando que o Executivo de António Costa está a gerar “falta de confiança e de credibilidade” do país, Passos Coelho disse estar convencido de que os maus resultados económicos, fruto da actual governação, vão aparecer. Mais cedo do que tarde e mais cedo do que o próprio estava à espera. Uma perspectiva que tem em conta os dados da execução orçamental já conhecidos e as previsões do crescimento económico para 2016 que têm sido revistas em baixo.
Mais câmaras, mais juntas e mais mandatos
A reunião desta quinta-feira da Comissão Política Nacional serviu, sobretudo, para discutir os princípios estratégicos para as próximas autárquicas. O objectivo foi reiterado: conquistar mais câmaras municipais, mais juntas de freguesia e mais mandatos. Metas consideradas muito difíceis para os sociais-democratas.
Colocando esta fase do poder local como a de um “Estado social local”, o PSD quer fazer uma “aposta na participação de novos e jovens quadros”, “ir mais além” da lei da paridade e apresentar candidaturas que garantam a participação de “cidadãos independentes”, segundo o documento a que o PÚBLICO teve acesso.
O PSD seguirá “a orientação geral” de apoiar os presidentes de câmara que queiram apresentar-se a um novo mandato, desde que ainda tenham condições para o fazer. Quanto ao calendário, as recandidaturas dos presidentes de câmara devem ser homologadas pela comissão política nacional até ao final do ano de 2016 e nos restantes casos essa luz verde pode acontecer no primeiro trimestre de 2017. Só depois de passarem na comissão política, os candidatos se devem apresentar oficialmente.
O documento será submetido ainda à comissão permanente do partido na próxima terça-feira e depois votado no Conselho Nacional no dia seguinte.