Banco de Inglaterra mantém taxa de referência

Falta de dados sobre o impacto do “Brexit” na economia adia eventual alteração.

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Reunião de Agosto pode decidir alterações à política monetária. John D McHugh/AFP

O Banco de Inglaterra deixou esta quinta-feira a sua taxa de juro de referência inalterada em 0,5%, apesar da decisão britânica, aprovada em referendo, de deixar a União Europeia (UE).

Na primeira reunião do Banco de Inglaterra após a vitória do “Brexit”, a maioria dos analistas financeiros antecipavam uma descida da taxa de referência para 0,25%.

No mercado cambial, a primeira reacção à decisão de manutenção da taxa foi de subida da libra em mais de 1% face ao dólar e ao euro, uma sibida que está longe de recuperar a queda para valores de mais de 30 anos após o referendo.

A maioria dos membros do comité de política monetária da instituição espera, no entanto, uma flexibilização em Agosto, indicam as actas da reunião de Julho.

"Os dados oficiais sobre a actividade económica no período a seguir ao referendo ainda não estão disponíveis. No entanto, há sinais preliminares de que o resultado afectou a confiança das famílias e das empresas", indicou o banco central britânico, admitindo mesmo que há investimentos a serem adiados, e "congelamento" na contratação de novos trabalhadores.

A taxa de juro de referência do banco central britânico está em 0,5% desde Março de 2009, quando foi também adoptado um programa de compra de activos destinado a apoiar a economia que, na altura, estava em recessão.

A expectativa de redução da taxa foi criada pelo próprio governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, quando em final de Junho admitiu que, em face do resultado do referendo, deveria ser "necessária uma flexibilização monetária no verão".

O Banco de Inglaterra afirma-se preparado "para qualquer acção que seja necessária para apoiar o crescimento e colocar a inflação no nível pretendido (2%).

Apesar da forte reacção dos mercados financeiros quando foram anunciados os resultados do referendo, a 24 de Junho, o supervisor financeiro considera que "os mercados funcionaram bem, com a melhoria da resistência do sistema financeiro do Reino Unido e a flexibilidade do quadro de regulação a permitirem limitar o impacto" da decisão.

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