Uma parede de Fidel Évora para Santa-Rita Pintor

O pintor futurista morreu aos 28 anos, tendo deixado ordem expressa para que todos os seus trabalhos fossem queimados

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Fernando Moura

Guilherme de Santa-Rita (ou Santa-Rita Pintor) nunca expôs em Portugal, mas, a partir de agora, há uma parede com cerca de 57 metros de comprimento e quatro de altura que recorda a estética do pintor que morreu aos 28 anos — tendo deixado ordem expressa para que todos os seus trabalhos fossem queimados.

O mural, com assinatura de Fidel Évora, artista que o P3 encontrou no Festival Walk&Talk, fica em frente à Junta de Freguesia/ Galeria de Arte e nas costas da praia do Estoril.

A obra, realizada a convite da Junta de Freguesia de Cascais e Estoril, é uma dedicatória a uma das primeiras famílias a instalar-se no local, batizado hoje de Vale de Santa Rita. "O objectivo desta peça é dar a conhecer a influência que esta família teve para a região e para Portugal quando decidiu construir o palacete do qual hoje já só restam duas torres. Por lá aconteceram varias tertúlias com nomes como Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros e outros como conta o bisneto Guilherme Santa-Rita", explica Fidel ao P3. A pintura "inspira-se na estética do futurismo" e no ritmo da sua "caligrafia e poesia".

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O artista Fidel Évora Fernando Moura

A criação do esboço foi elaborada em conjunto com o bisneto de Augusto de Santa Rita e com consulta do espolio que herdou. Refira-se que do espólio do artista resta apenas a obra "Cabeça".

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