Depois do título e da festa, que futuro para a selecção?

Vários jogadores podem, a breve trecho, ganhar espaço nas convocatórias de Fernando Santos.

Foto
Bernardo Silva já foi chamado por Fernando Santos Francisco Leong/AFP

Portugal foi campeão europeu. Já ninguém tira isso à selecção nacional. Mas e agora? Qual o futuro da selecção? Fernando Santos tem duas opções: ou dá continuidade à “renovação” iniciada quando chegou, em 2014, e que já levou à estreia de 20 jogadores, ou segue a máxima “em equipa que ganha não se mexe” e faz, com os campeões europeus, a qualificação para o Mundial de 2018.

No caso de alargar a selecção a outros jogadores, quem são, afinal, os que podem ganhar espaço nas convocatórias a breve trecho? Na baliza, Eduardo já tem 33 anos e pode ser preterido em favor de Ventura, guarda-redes do Belenenses, ou de Marafona, guardião do Sp. Braga, ambos já chamados por Fernando Santos.

Em relação aos centrais, admitindo que Ricardo Carvalho abandona, Rúben Semedo poderá ser a nova aposta. Tem jogado no Sporting, o que nem sempre acontece com Luís Neto no Zenit, Paulo Oliveira também no Sporting e Daniel Carriço no Sevilha, jogadores já convocados por Santos. Nas laterais, Nélson Semedo chegou a merecer a confiança do seleccionador, mas só se jogar no Benfica poderá ser chamado em vez de Cédric ou Vieirinha. À esquerda, o mais previsível é que Fábio Coentrão regresse e dispute o lugar com Raphael Guerreiro.

O meio-campo é, talvez, a zona do terreno em que Portugal tem mais opções. Os jogadores chamados ao Euro dão garantias, mas há outros que vão lutar por um lugar, como Bernardo Silva, que em princípio teria ido a França se não fosse uma lesão, ou Rúben Neves e André André, que esperam uma época melhor do FC Porto para estarem mais “visíveis” para Fernando Santos. Falta também saber o que acontece com os “trintões” Danny e Tiago e se, deixando a Ucrânia como parece quase certo, Miguel Veloso retoma um lugar no meio-campo português.

No ataque, Nani e Cristiano Ronaldo continuarão a ser as “bandeiras” da selecção. Fernando Santos quererá continuar a contar com o talismã Quaresma, mas tudo dependerá do que for também a oscilante carreira do extremo na Turquia. Rafa Silva pode ser a solução mais imediata no actual grupo, mas nomes como Gonçalo Guedes e Silvestre Varela também já foram chamados pelo seleccionador.

E jogará Portugal com ou sem ponta-de-lança de raiz? Depende muito dessa decisão a convocatória de mais “números 9” além de Éder. Lucas João, Nélson Oliveira e Rui Fonte estiveram em bom nível na última época no Sheffield Wednesday, Nottingham Forest e Sp. Braga, respectivamente, com cada um quase a chegar à dezena de golos, e podem voltar a merecer a confiança de Fernando Santos. Já André Silva, que despontou no FC Porto e a quem o seleccionador já reconheceu qualidades, quando for convocado, será a primeira vez.

Uma coisa é certa: olhando ainda mais em frente, a selecção nacional parece ter o futuro garantido, devido ao bom trabalho que tem sido levado a cabo nos sub-17, sub-19, sub-20 e sub-21. Cada um destes escalões tem vivido ciclos de sucesso ao longo dos últimos anos (ou meses, no caso dos mais jovens que, em Maio, também se sagraram campeões europeus) e mais do que isso: vários jogadores, principalmente dos sub-21, estão, devido à sua qualidade e à afirmação nos respectivos clubes, à porta da selecção A, como os já referidos ou ainda Bruma e Diogo Jota, só para citar alguns.

Sugerir correcção
Comentar