Libra continua a afundar-se

A moeda britânica caiu para o nível mais baixo das últimas três décadas, mas nem assim parou de descer. As previsões confirmam-se e o "Brexit" continua a preocupar os mercados.

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Uma semana e meia depois do "Brexit" a moeda britânica continua a cair para níveis históricos SHAUN CURRY

É o pesadelo de Threadneedle Street. A libra continua a cair para níveis-recorde. Depois de atingir valores mínimos históricos nesta terça-feira e cair para o valor mais baixo desde 1985, a moeda britânica continuou no caminho da desvalorização.

Na manhã desta quarta-feira, a libra esteve cotada a 1,29 dólares, uma descida de 0,87% em relação ao dia anterior, quando caiu para os valores mais baixos dos últimos 31 anos face ao dólar. Também nos mercados asiáticos a queda se fez sentir, para 1,286 dólares. Face à moeda única, a moeda britânica caiu 0,77%, para os 1,167 euros, o nível mais baixo desde 2013.

O aviso já tinha sido feito. Em Fevereiro, a Bloomberg juntou um grupo de 34 economistas que previam que a saída do Reino Unido da União Europeia poderia colocar a moeda em níveis de 1985. À data, já sete dos economistas entrevistados acreditavam numa descida para níveis abaixo dos 1,20 dólares. Na mesma previsão, 38 prevêem que 2016 vai fechar com a libra abaixo de 1,30 dólares.

Mas as preocupações não terminam aqui. Para além da desvalorização da moeda, o Banco de Inglaterra lança outros sinais de alerta. A “Velha Senhora” da Rua Threadneedle, que alberga a instituição e lhe empresta o nome, informou nesta terça-feira que a diminuição do número de investidores britânicos privados poderia dificultar o financiamento do défice do país, o que poderá ainda resultar em maiores restrições para a obtenção de empréstimos, detalha a Fortune.

Para evitar uma turbulência, o Banco de Inglaterra anunciou que irá baixar de 0,5% para 0% a taxa adicional de capital que é exigida às instituições financeiras, a fim de reduzir a pressão da “almofada” de segurança imposta aos bancos, com o objectivo de mantero os níveis de crédito. A decisão aconteceu num dia em que o governador do banco, Mark Carney, alertava para a solidificação dos riscos do “Brexit”.

Durante esta manhã, também os mercados europeus deixaram transparecer a sua preocupação com os efeitos da saída do Reino Unido do grupo dos 28. Às 8h40 de Lisboa, o Eurostoxx 50, índice que representa as principais empresas da zona euro, seguia a cair 0,51%, escreve a agência Lusa.

Na capital portuguesa, o recuo foi de 0,70%, para 4473,18 pontos. Também em Frankfurt e Madrid, as bolsas registavam perdas de 0,34% e 0,70%, respectivamente. 

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