Cerca de 25% do efectivo vai deixar a PSP nos próximos cinco anos

Director nacional da PSP admite que faltam condições de trabalho aos polícias e diz que tudo fará “com vista à satisfação dos seus anseios”.

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A PSP comemorou nesta terça-feira 149 anos de existência Daniel Rocha (arquivo)

O director nacional da PSP, superintendente-chefe Luís Farinha, disse nesta terça-feira que cerca de 25% do efectivo vai deixar o activo da Polícia de Segurança Pública nos próximos cinco anos, sendo urgente um rejuvenescimento.

"A elevada média etária dos recursos humanos policiais, com valores muito próximos dos 50 anos em diversas unidades territoriais, são realidades que carecem de reversão urgente pelo rejuvenescimento do efectivo, do qual cerca de 25% deixará o serviço activo nos próximos cinco anos por força das previsões estatutárias", disse o director nacional da PSP, na cerimónia que assinalou os 149 anos daquela força de segurança.

No discurso, o superintendente-chefe Luís Farinha adiantou que as projecções efetuadas apontam para que "as saídas de efectivos do activo, nos próximos cinco anos, sejam superiores às eventuais novas admissões".

Nesse sentido, considerou "determinante" a afetação de recursos humanos e o ajustamento do dispositivo operacional em algumas áreas territoriais.

Em data de aniversário, o director nacional da PSP falou também da "insuficiência de alguns meios operacionais", como as condições das instalações policiais.

"A persistência de instalações operacionais estruturalmente desajustadas e com menos adequadas condições de trabalho para os polícias e para o atendimento ao cidadão não favorecem o sentimento de segurança, nem beneficiam o trabalho policial e a imagem do Estado", afirmou.

Luís Farinha defendeu igualmente "o reforço das capacidades operacionais das polícias municipais de Lisboa e Porto", considerando tratar-se de "uma mais-valia geradora de sinergias".

Com o reforço das capacidades, as polícias municipais de Lisboa e Porto passam a desenvolver, com carácter permanente, a regularização de trânsito e as actividades administrativas, enquanto a PSP "redirecciona a sua missão para outros âmbitos de intervenção no contexto da segurança pública, de prevenção e fiscalização rodoviária", explicou Luís Farinha.

O director nacional da PSP manifestou-se ainda ao lado dos polícias em relação às "preocupações em matéria de condições de trabalho e exercício da função, bem como à legítima expectativa de progressão nas carreiras, particularmente pelos mais jovens".

"Estou confiante que serão encontradas as soluções necessárias, justas e adequadas [...]. No âmbito das minhas competências e do que for legalmente possível, tudo farei com vista à satisfação dos anseios", disse ainda.

A cerimónia que assinalou os 149 anos da PSP, que decorreu nas instalações da direcção nacional da polícia, em Lisboa, foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, estando também presente a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Durante a cerimónia, foram entregues os prémios de segurança pública e outras condecorações aos polícias que desenvolveram, em 2015, "actos heróicos e extraordinários envolvendo elevado grau de risco".

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