“Não há vazio na administração da Caixa”, diz Marcelo

Presidente convicto que a nova administração será empossada dentro de 10 a 12 dias e agradece aos gestores demissionários terem aceite ficar até à substituição.

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O Presidente em Bragança Manuel Roberto

O novo Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos deverá tomar posse “dentro de 10, 12 dias” e os administradores demissionários aceitaram “ficar até haver substituição”. A informação foi dada esta terça-feira pelo Presidente da República em, Bragança, na segunda jornada do Portugal Próximo. Assim, “não há vazio na administração deste grande banco português”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo o chefe de Estado, o actual Conselho de Administração aceitou ficar em funções “já depois de ter escrito a carta” de demissão, a 21 de Junho. Marcelo lembrou ter promulgado recentemente o diploma legal sobre o estatuto remuneratório da gestão da CGD: “Nessa altura chamei a atenção para o facto de ter demorado tanto tempo, o que foi negativo”.

Na página na Presidência, o Presidente justifica a promulgação do diploma dizendo que se enquadra no plano de reestruturação e recapitalização da Caixa, embora considere que este foi “insuficientemente enunciado, deixando, por isso, aparecer como primeira peça e quase decisiva o estatuto remuneratório da gestão, que deveria, em rigor, ser instrumental relativamente à estratégia definida”.

Ainda assim, promulgou por considerar que não o fazer equivaleria “à não entrada em funções do novo Conselho de Administração, com o agravamento do risco de paralisia da instituição”.

Aos jornalistas, Marcelo explicou que a entrada em funções da nova administração depende agora apenas de dois factores: o “período de nojo” do novo presidente, António Domingues, e também do registo obrigatório no Banco de Portugal.

Questionado sobre se está disposto a receber os trabalhadores da CGD, como estes já manifestaram interesse, o Presidente responde que sim “se for necessário”, mas sublinha que “não há problemas com a administração da Caixa nem com os seus trabalhadores”. E insistiu no agradecimento aos actuais gestores, por se terem “disponibilizado a assegurar a gestão normal” da instituição.

Questionado sobre as sanções que a Comissão Europeia poderá propor a Portugal e Espanha por défice excessivo, Marcelo mostrou-se mais cauteloso do que na véspera: “Vamos esperar para ver, não vale a pena fazer especulações”, disse, lembrando que a proposta que for feita terá de ser analisada pelo Ecofin e depois regressar à Comissão Europeia. Na segunda-feira, o chefe de Estado tinha afirmado a convicção que as sanções, “se as houver, serão simbólicas ou sanções zero”.  

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