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AirBUYnBYE: chegar ao Porto, comprar e dizer adeus

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AirBUYnBYE. Aqui não há nenhuma gralha — só um "alerta para o turismo de massa no Porto" e para "a crescente transformação dos edifícios da cidade em alojamentos turísticos, forçando os habitantes a procurar outras casas devido aos preços elevados, ao aumento de rendas e ao aumento do custo de vida em geral". O curto manifesto está aqui para quem o quiser ler, assim como as fotografias que foram impressas em versão XXL, recortadas e coladas em algumas ruas da cidade, as mesmas que vêm sendo inundadas de turistas. "Ninguém é contra o turismo ou contra o Airbnb", esclareceu ao P3 Clara Roberti, uma das três pessoas que orientaram o workshop "Fala, Pensa, Actua!", organizado pela Associação MEDesTu (juntamente com Miguel Januário e Ferran Reyes). "Todos temos noção do valor económico e não só. O problema é o exagero e a falta de planeamento e a agressividade com que este fenómeno se apresenta. A nossa pergunta é 'Onde é que isto vai chegar?'". Nas paredes está "o contraste entre o típico habitante do Porto a sair da cidade e o típico turista a chegar", destacou Ferran, educador social e animador sociocultural natural de Tarragona, consciente da dimensão que o fenómeno pode atingir. "Barcelona é um parque de atracções", alerta. "O turismo está a tomar conta do Porto e não há debate", insiste o espanhol. "Não levámos o tema aos participantes. Encontrámos uma questão a debater e depois decidimos qual a acção e como intervir. Este é um tema comum que não deve ficar só connosco. É importante tirar a discussão da sala e partilhá-la no espaço público", completa a brasileira. Vai pelos teus dedos. Rua de Cedofeita, Rua de Sá de Noronha, Travessa de Cedofeita, Rua de Ceuta, Rua do Bonjardim e Praça dos Poveiros. AirBUYnBYE. A assinatura em stencil, mais ou menos efémero — como os turistas. Comprar e ir embora.