Arte, Arquitectura e Tecnologia: o novo museu de Lisboa chama-se MAAT

Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia vai mostrar cerca de 20 exposições por ano e, nesta primeira fase, e oferecer dois espaços expositivos

O Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia (MAAT), em Belém, vai apresentar cerca de 20 exposições por ano, e as entradas passam a custar cinco euros até Março de 2017, quando inaugurar a totalidade do novo complexo expositivo. Numa visita de imprensa realizada esta semana às quatro novas exposições que o museu inaugura nesta quarta-feira, às 19h00, na renovada Central Tejo, parte expositiva do MAAT, o director, Pedro Gadanho, indicou que a partir de Março os bilhetes aumentam, "mas serão inferiores aos praticados" em museus semelhantes.

"O preço do bilhete poderá ser inferior a cinco euros, caso o visitante não queira visitar todas as exposições", precisou o responsável, acrescentando que terá entrada gratuita até aos 18 anos. Também será lançado um programa de "membership" com um custo anual de vinte euros, que dará acesso a todas as exposições do MAAT — entre 18 e 19 ao longo do ano — segundo Pedro Gadanho, que deixou as funções de curador de arquitectura contemporânea no Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, para dirigir o novo museu da Fundação EDP, em Lisboa.

Após um mês de obras de renovação, a Central Tejo — que detém a exposição permanente do património histórico industrial do Museu da Electricidade e onde já se apresentavam exposições de arte contemporânea — reabre ao público com as exposições "Lightopia", "Edgar Martins - Silóquios e Solilóquios sobre a Morte, a Vida e Outros Interlúdios", "Segunda Natureza — Colecção de Arte Fundação EDP" e "Artists Film International".

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O novo edifício do MAAT em construção © Amanda Levete Architects (AL_A)

Esta é a primeira fase da abertura do MAAT, que envolve dois espaços expositivos: a Central Tejo, que reabre na quinta-feira, e a 5 de Outubro deste ano é inaugurada a primeira exposição no átrio do novo edifício projectado pelo atelier AL_A, liderado pela arquitecta Amanda Levete.

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Lightopia é uma das exposições inauguradas esta semana na Central Tejo DR

Orçamento de dois milhões

A última fase do projecto inaugura em Março do próximo ano, com a abertura do restante novo complexo museológico. O novo edifício abrirá com a primeira parte do projecto "Utopia/Distopia", com uma nova obra da artista Dominique Gonzalez-Foerster, concebida especialmente para o espaço, segundo o director, com entrada livre.

De acordo com Pedro Gadanho, o museu terá um orçamento de dois milhões de euros anuais para a programação expositiva, "semelhante à do Museu de Serralves", e apresentará uma a duas exposições anuais da própria colecção de arte da Fundação EDP, que reúne cerca de mil obras de artistas portugueses a partir dos anos 1960, 40 delas agora exibidas na primeira exposição, "Segunda Natureza".

Com a programação planeada até 2019, o responsável adiantou que em 2018 uma das exposições será dedicada a Pedro Cabrita Reis, artista cuja colecção pessoal foi adquirida pela Fundação EDP.

Actualmente, o Museu da Eletricidade recebe 200 a 250 mil visitantes. "Esperamos manter esse número, que deverá aumentar gradualmente quando abrir o espaço expositivo do novo edifício", acrescentou. "O MAAT não será só um museu dedicado à contemplação estética, mas também servirá para o debate de ideias de questões actuais ligadas à cultura, ciência, tecnologia, sociedade e pensamento".

Por seu turno, Miguel Coutinho, director-geral da Fundação EDP, disse que a entidade "quer ter um papel mais interventivo na cultura, em Portugal", além do mecenato e das exposições que tem realizado. O novo edifício do MAAT — com sete mil metros quadrados — vai estar inserido numa área total de 38 mil metros quadrados que a Fundação EDP ocupa na margem norte do rio Tejo, na zona de Belém, em Lisboa.

A Central Tejo — central termoelétcrica que foi propriedade das antigas Companhias Reunidas de Gás e Electricidade (CRGE), na base da actual EDP —, abasteceu de electricidade toda a cidade e região de Lisboa, entre 1909 e 1951, tendo continuado a funcionar, como "central de reserva", até 1972.

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