Reavaliar o expressionismo abstracto numa exposição em Londres

Exposição na Royal Academy of Arts vai mostrar obras de Clyfford Still, Jackson Pollock, Mark Rothko,Arshile Gorky, Aaron Siskind e Willem de Kooning, entre muitos outros. Abre em Setembro.

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PH-950, de Clyfford Still, 1950 Cortesia: Clyfford Still Museum, Denver

Está a ser apresentada como a maior exposição dedicada ao expressionismo abstracto no Reino Unido nos últimos 60 anos. Entre 26 de Setembro de 2016 e 2 de Janeiro de 2017 a Royal Academy of Arts, em Londres, reúne 150 pinturas, fotografias e esculturas de artistas como Clyfford Still, Jackson Pollock, Mark Rothko, Franz Kline, Arshile Gorky, Aaron Siskind, Joan Mitchell e Willem de Kooning, entre muitos outros.

No texto breve em que apresenta a exposição, a equipa de curadores do museu londrino explica que o objectivo é “reavaliar o expressionismo abstracto”, defendendo que está longe de ser uno e demostrando por que razão só pode ser visto como um “fenómeno altamente complexo, fluido e com muitos lados”. 

Abstract Expressionism  - chama-se apenas assim – vai procurar explorar e até contrariar a habitual dicotomia associada ao movimento, a que o divide entre os que se entregam à chamada “pintura de acção”, como De Kooning e Pollock, e os que se rendem à cor, como Rothko e Still, entre os que são, “supostamente”, autores de uma obra de grande espontaneidade, improviso e gestos arrojados, e o que se concentram no “uso contemplativo ou sublime da cor”. Para os comissários da exposição da Royal Academy, estas são “categorias simplistas” que ignoram as preocupações mais profundas que ligam muitos destes artistas.

A exposição, que também se vai opor à ideia  de que o movimento está circunscrito a Nova Iorque – dá um salto à costa Oeste dos Estados Unidos para encontrar Sam Francis, Mark Tobey e Minor White -, vai mostrar lado a lado duas obras de Pollock que nunca estiveram juntas e que dificilmente voltarão a estar (Mural, de 1943, e Blue Poles, de 1952) e reservar uma galeria em exclusivo para a pintura de Clyford Still, um artista que não tem tido o reconhecimento que merece, provavelmente porque 95% da sua produção está confinada ao museu com o seu nome que existe em Denver.

O co-curador da exposição, David Anfam, é um dos consultores do museu de Denver, grande especialista em expressionismo abstracto e autor do catálogo raisonné de Rothko. Garante este historiador de arte que a exposição, recheada de obras icónicas oriundas de colecções públicas e privadas espalhadas pelo mundo, é uma oportunidade única, que vai explorar o movimento em toda a sua profundidade, revelando a sua diversidade e continuidades.

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