“Brexit” a navegar em águas turvas

A “batalha naval” de ontem no Tamisa, entre a “armada” de Nigel Farage e os botes de borracha de Bob Geldof deu às guerras do “Brexit” um ar quase anedótico. Mas isso não deve distrair-nos do essencial, que é bastante sério. Enquanto se fazem contas duvidosas e se trocam ameaças demagógicas, com os eurocépticos a ganhar terreno nas sondagens, prepara-se na sombra um cenário de pesadelo. Se o Reino Unido perder, como afiança o Governo, quase 40 mil milhões de euros com a saída da UE, haverá forte austeridade em vários domínios (saúde, educação, pensões, transportes defesa, segurança), austeridade essa que várias dezenas de deputados conservadores ameaçam desde já chumbar; e nos mercados financeiros antevê-se uma espécie de nova “Quarta-feira Negra”, quando em 1992 a negociação da libra nos mercados internacionais foi suspensa. O “Brexit” parece avançar, de facto, mas navega em águas perigosas, mais turvas que as do Tamisa.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários