O futebol também foi chamado para o exame de Filosofia

Prova figura já entre as oito mais concorridas do ensino secundário.

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Exame de Filosofia foi realizado por 14.313 alunos Rui Gaudêncio

“Para que uma sociedade seja justa, basta que todos tenham liberdades iguais?” Foi com base nesta questão que os alunos do 11.º ano que realizaram o exame de Filosofia, nesta quarta-feira, tiveram de elaborar um texto onde deviam apresentar, “inequivocamente”, qual a sua posição e argumentar a favor desta. Este último grupo do exame vale 30 pontos em 200.

Talvez contagiados pelo calendário da prova, realizada em pleno Campeonato Europeu de futebol, não faltaram referências a este desporto no exame. Por exemplo, logo a abrir a prova, num item de escolha múltipla, os estudantes tinham de escolher qual a conclusão acertada para um pequeno texto sobre a natureza “igualitária” do futebol.

Mas também o Carnaval ocupou lugar nesta prova, com os alunos a terem de identificar qual a premissa que suportava a seguinte conclusão: “O próximo Carnaval de Torres Vedras será animado.”

Entre os autores estudados no 10.º e 11.º ano desta disciplina que integra a componente geral dos cursos do ensino secundário, sendo por isso obrigatória para todos, embora o exame não o seja, houve perguntas de escolha múltipla sobre o filósofo britânico David Hume e o norte-americano Thomas Kuhn. Entre as questões que exigiam mais trabalho, por implicarem a redacção de uma resposta, figuravam as relativas à posição do filósofo francês Jean-Paul Sartre sobre o livre-arbítrio e à do alemão Immanuel Kant a propósito da vontade.

O exame foi realizado por 14.313 alunos. Estavam inscritos 15.886. Esta prova, que foi reintroduzida em 2012 depois de uma supressão de quatro anos, figura já entre as oito mais concorridas do ensino secundário.

Os alunos do secundário realizam obrigatoriamente quatro exames, dois no 11.º ano e dois no 12.º ano. No 11.º ano podem optar por realizar o exame de Filosofia em vez da prova de uma das duas disciplinas bienais da componente específica (por exemplo, em vez de Biologia e Geologia ou Física e Química A).

No 12.º ano, a disciplina de Filosofia passou a ser opcional há já mais de uma década, o que levou à sua quase extinção. O exame neste ano de escolaridade, que em tempos chegou a ser obrigatório para todos os alunos de Humanidades, foi eliminado, tendo por isso também desaparecido do leque das provas de ingresso pedidas pelas faculdades.

 

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