Homem simula o próprio rapto no Sabugal para incriminar irmão

O objectivo do suposto raptado era pressionar o familiar a pagar-lhe uma alegada dívida. Para tal acorrentou pés e mãos e amarrou-se a uma pequena árvore.

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A PJ confrontou a alegada vítima com incongruências e este acabou por confessar ter simulado o rapto Daniel Rocha

Um homem de 47 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por simular o seu próprio rapto, no Sabugal, com o objectivo de incriminar um irmão, com quem estava desavindo há algum tempo por alegadamente lhe dever dinheiro. O anúncio foi feito esta terça-feira pela PJ num comunicado, onde aquela polícia diz ter reunido “irrefutáveis indícios de simulação do seu próprio rapto”, que teria ocorrido ao final da tarde de domingo passado e teria sido levado a cabo por cinco homens, entre os quais o tal irmão do detido.

O suposto rapto foi comunicado à PJ pela mulher da falsa vítima. O suspeito terá escrito um papel, que teria sido deixado pelos supostos raptores, onde se dizia que o tinham levado e que não valia a pena procurá-lo. O homem inventou igualmente que durante o rapto tinha conseguido esconder o seu telemóvel nas cuecas e foi comunicando com a mulher, o que permitiu à polícia encontrá-lo. O suspeito, madeireiro de profissão, foi localizado “duas horas mais tarde, acorrentado de pés e mãos e amarrado a uma pequena árvore, numa zona de vasta e densa vegetação, junto à barragem do Sabugal, inacessível à circulação de qualquer veículo automóvel”.

A libertação do homem, refere a nota, obrigou à intervenção de uma viatura de desencarceramento dos Bombeiros Voluntários do Sabugal, propositadamente accionada para o local, que teve que usar ferramentas de corte de metal para destruir os três aloquetes que prendiam a alegada vítima. A GNR e o INEM também participaram na operação.

De seguida, a PJ inquiriu a suposta vítima que, confrontada com várias incongruências no seu discurso, “acabou por confessar ter inventado toda a história”, já no domingo à noite.

O suspeito acabou por reconhecer que a simulação visava pressionar um irmão, que lhe deveria dinheiro há algum tempo, a pagar-lhe a dívida. A PJ acabou por libertar o suspeito, que foi notificado para comparecer no tribunal para o seu interrogatório judicial ou eventual julgamento em processo sumário.

A simulação de um crime é um ilícito punido com pena de prisão até um ano ou multa até 120 dias. 

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