Ensino do português em França é oportunidade para professores

No balanço da celebração do Dia de Portugal em França, primeiro-ministro falou da difusão da língua portuguesa e de uma oportunidade para os professores sem emprego

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Portugal e França vão reunir para acordar uma maior difusão da língua portuguesa naquele país Maria João Gala

O primeiro-ministro fez "um balanço francamente positivo" das celebrações do Dia de Portugal em Paris e destacou o compromisso do Presidente francês sobre o ensino do português, considerando que é uma oportunidade para muitos professores. Em declarações aos jornalistas, antes de regressar a Lisboa, António Costa referiu que em breve serão marcadas "as reuniões do grupo técnico que existe entre Portugal e França para o alargamento da presença do português" como língua de aprendizagem nas escolas francesas.

"Isto é obviamente muito importante para a difusão da nossa língua. É também uma oportunidade de trabalho para muitos professores de português que, por via das alterações demográficas, hoje não têm trabalho em Portugal e que podem encontrar aqui, mas é também um grande desafio para a nossa tecnologia e para a capacidade de fomentar o ensino à distância", considerou.

Língua global

Segundo António Costa, esse compromisso significa que a França reconhece o português como "uma das grandes línguas globais" e "o valor económico, social, cultural que hoje a língua portuguesa tem". Questionado sobre a posição da França em relação à candidatura de António Guterres a secretário-geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro respondeu que "a França tem uma posição especial, visto que é um dos membros permanentes do Conselho de Segurança". "Portanto, tem de manter uma reserva natural sobre essa matéria. Mas a França tem expresso, aliás, já anteriormente através do ministro dos Negócios Estrangeiros, palavras de encorajamento à candidatura do engenheiro António Guterres", completou.

Num balanço da visita a Paris com o Presidente da República para celebrar o 10 de Junho, António Costa salientou a importância deste gesto para os emigrantes portugueses e luso-descendentes e também para as relações bilaterais, que disse estarem "num momento crucial". "A França está hoje a redescobrir Portugal", defendeu. "No ano passado tivemos dois milhões de turistas franceses em Portugal. A França é hoje o nosso segundo cliente, é o nosso terceiro fornecedor", mencionou.

Neste quadro, o primeiro-ministro apontou a visita do Presidente francês, François Hollande, a Portugal prevista para o final de Julho a Lisboa como "uma grande oportunidade" para o reforço da cooperação económica e da "visão comum da Europa" entre os dois países. "Por isso, eu faço um balanço francamente positivo, quer do nosso relacionamento com as comunidades, quer do que isto perspetiva de reforço das relações com a França", concluiu.

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