Donald Trump chama "Pocahontas" a Elizabeth Warren, possível vice de Hillary

Insultos em campanha eleitoral, depois de a senadora ter dito que estaria disponível para ser a número dois de Clinton.

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Elizabeth Warren: será esta a vice de Hillary Clinton? SAUL LOEB/AFP

Depois de a senadora democrata Elizabeth Warren se ter mostrado disponível para ser a “vice” de Hillary Clinton, Donald Trump chamou-lhe “Pocahontas”, repetindo a piada que já tinha feito na sexta-feira de manhã no Twitter.

“Não estou a ser justo… com a Pocahontas”, disse o candidato republicano às presidenciais. Não é a primeira vez que Trump chama Pocahontas a Warren - fá-lo porque a senadora diz ter antepassados nativos-americanos, embora haja cepticismo sobre isso. Trump e Warren digladiam-se frequentemente nas redes sociais ou nos media, note-se.

Trump tem tentado mostrar-se mais presidenciável nas últimas semanas, e tem-se esforçado por seguir o teleponto nos discursos que faz. Mas no discurso que fez na sexta-feira à noite na Virginia, para cerca de 6000 pessoas - uma sala que estaria meio cheia, diz o Washington Post -, abandonou-o para fazer a piada sobre a senadora Warren. A plateia reagiu  com gritos de guerra de índios e gritou “USA, USA” e “constrói o muro”. 

Trump garantiu que o muro que quer construir, se for Presidente, para travar a imigração vinda da América Latina, será “um muro muito bonito, tão bonito quanto um muro pode ser”.

Este regresso aos discursos improvisados, num momento em que o candidato republicano pretendia mostrar-se mais convencional e abrangente, e depois de ter sido acusado de racismo por causa de declarações a propósito de um juiz hispânico, parece ser uma reacção irritada contra a possibilidade de Elizabeth Warren, senadora do Massachusetts e uma popular figura da esquerda do Partido Democrata, vir a tornar-se escolhida por Clinton para concorrer ao seu lado como candidata a vice-presidente.

Warren, que já tinha sido apontada como uma possível candidata à presidência, manteve-se fora da corrida democrata, mas na sexta-feira declarou o seu apoio a Clinton, dizendo-se disponível para ser a sua "número dois", numa entrevista à NBC.

No mesmo dia, Clinton e Warren encontraram-se, na residência em Washington da candidata democrata – embora nenhuma das partes tenha feito declarações após o encontro. Desconhece-se ainda se na convenção democrata, entre 25 e 28 de Julho, haverá um ticket exclusivamente feminino – mas há muita especulação.

Se Clinton escolher Warren, seria uma forma de agradar aos partidários de Bernie Sanders, que se recusa a sair da corrida, embora não tenha já hipóteses de ser nomeado o candidato dos democratas. A senadora do Massachusetts navega mesmas águas mais à esquerda que Sanders, pelo que tê-la como candidata a vice seria uma espécie de oferta de Clinton aos partidários do seu adversário nas primárias.

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