Proprietários lançam serviço de colocação de imóveis no alojamento local

Criação de equipa especializada pretende dar resposta às novas oportunidades no mercado do arrendamento para turistas.

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Alojamento local tem acompanhado aumento do turismo PAULO PIMENTA

A Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) vai passar a prestar serviços na colocação de imóveis para arrendamento local, destinado a turistas. Uma área de negócio que está a registar uma crescente aposta em Lisboa, em detrimento do tradicional arrendamento habitacional.

O novo serviço pretende responder “às solicitações dos seus associados e ao potencial que este fenómeno representa para os proprietários “, disse ao PÚBLICO o presidente da ALP, Menezes Leitão.

O líder associativo, que espera “ter o gabinete integralmente operacional em muito curto prazo”, esclarece que a equipa “estará habilitada para efectuar toda a tramitação legal, de reconversão do imóvel, bem como de gestão das plataformas de alojamento de curta duração, preparação do imóvel e recepção dos hóspedes”. O custo deste serviço não foi revelando, dependendo, como outros que a associação presta, das necessidades dos associados ou do número de imóveis envolvidos.

A aposta no alojamento local (AL), que está a reduzir drasticamente o número de imóveis disponíveis para arrendamento a famílias e a fazer disparar o valor das rendas, com reflexos ainda ao nível dos preços de venda das casas, reflecte, na opinião de Menezes Leitão, “as sucessivas alterações à lei das rendas”.

“A anunciada alteração à lei das rendas por parte do PS tem desmotivado imenso alguns dos nossos associados, que vêem frustrados os investimentos que realizaram e que, por isso, preferem apostar num outro modelo de negócio, que tem pelo menos a garantia de que não haverá prorrogações forçadas do arrendamento ou o regresso ao congelamento de rendas”, assegura. 

O líder associativo destaca que a associação já tinha criado um gabinete especializado em reabilitação urbana, para apoiar o processo de reabilitação de um imóvel em todas as suas vertentes, porque ”a reforma do arrendamento [de 2012] tinha criado uma tendência de reabilitação sem precedentes”.

A reabilitação e o arrendamento de imóveis estão agora reorientados para o AL, razão pela qual o presidente da ALP considera a criação da equipa de gestores dedicados a este segmento “um passo natural”. Refere ainda que “o AL assegura efectivamente um maior rendimento ao imóvel, enquanto esta procura turística existir”, mas também implica grandes investimentos para os proprietários, não apenas para o colocar em condições, mas também devido aos enormes custos administrativos de estar a assegurar uma constante rotação dos ocupantes, limpezas, fornecimento de alimentação, entrega e recolha de chaves, entre outros.

“Se o rendimento é mais elevado, é também muito maior o trabalho que se exige nesta actividade em comparação com o arrendamento tradicional”, conclui Menezes Leitão, considerando por isso que o serviço terá forte adesão.

Até Março, os dados oficiais no arrendamento local indicavam a existência 24.940 casas registadas, o número mais elevado de sempre. A oferta de AL está a ocorrer com maior incidência nos centros históricos de Lisboa e Porto e no Algarve, verificando-se, ainda que em menor escala, junto a zonas de praia. De acordo com um inquérito da Associação do Alojamento Local em Portugal, a maioria dos investidores têm entre uma e três unidades.

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