Espião português suspeito de vender segredos fica em prisão preventiva

Funcionário do SIS é suspeito de ter vendido segredos da NATO a um alegado espião russo.

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A PJ confrontou a alegada vítima com incongruências e este acabou por confessar ter simulado o rapto Daniel Rocha

O espião português detido em flagrante no final de Maio, em Roma, Itália, por suspeita de estar a vender segredos da NATO, vai aguardar o desenvolvimento da investigação em prisão preventiva. A decisão do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal foi adiantada esta quarta-feira pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O caso está a ser investigado pela Unidade Nacional contra Terrorismo da Polícia Judiciária.

“Realizado o interrogatório, o juiz decidiu, em consonância com o promovido pelo Ministério Público, aplicar ao arguido a medida de coacção de prisão preventiva”, comunicou a PGR. O funcionário do Serviço de Informações de Segurança (SIS) foi detido no âmbito da operação Top Secret, mas só foi presente ao juiz em Portugal depois de o processo de extradição ter sido autorizado pelas autoridades judiciais em Itália. O próprio espião, que viajou para Portugal acompanhado por elementos da Polícia Judiciária durante este fim-de-semana, não contestou a extradição pedida pelas autoridades portuguesas.

Estão em causa “crimes de espionagem, violação de segredo de Estado e corrupção”, sublinhou a PGR, acrescentando que no inquérito, que “corre termos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal, investigam-se suspeitas de transmissão de informações a troco de dinheiro, por parte de um funcionário português a um cidadão estrangeiro supostamente ligado a um serviço de informações estrangeiro”. O espião foi detido quando estaria a vender segredos, segundo a investigação, a um cidadão russo.

Esta terça-feira, o advogado do espião, José Preto, admitiu que o cliente recebeu um pagamento do cidadão russo com quem se encontrou em Roma, mas insistiu que nada tem que ver com espionagem e garantiu mesmo que o agente português passou um recibo.

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